O projeto de extensão “Falando sobre gênero” convidou a professora da rede municipal de ensino de Tubarão, mestre em Educação e ativista do movimento LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis) Gabriela da Silva para uma conversa com alunos do Câmpus Criciúma nesta quarta-feira (17). A proposta era discutir temas referentes às questões de gênero e identidade. “Eu gosto muito da frase da Simone de Beauvoir que fala que você não nasce mulher, você torna-se mulher. A construção de gênero acontece em várias esferas inclusive na escola quando se delimita o que é de menino e o que é de menina. As mulheres costumam ser educadas para serem sensíveis e delicadas e o homem para ser o pensador, o racional.”

A professora explica que apesar do tema vir ganhando cada vez visibilidade, ainda são poucas as escolas que se propõem a debater questões de gênero. “A escola ainda é para poucos, para aqueles que conseguem se adaptar. O que nós temos observado é que há um movimento em muitas cidades para que se retire dos planos municipais de educação os debates sobre gênero. O que é um atraso.”

Durante o debate, a professora falou ainda do imaginário que se constrói sobre o travesti. “Onde se costuma encontrar um travesti? Eu sei que a maioria diria que numa esquina. Como se toda a travesti tivesse que usar do corpo para viver. Eu estou aqui para mostrar que tem travesti também que dá aula e é professora.”