Professores apresentam resultados de projetos desenvolvidos no IFSC Palhoça Bilíngue em conferência internacional
14. abril 2016 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Palhoça Bilíngue, MatériasOs professores do grupo de pesquisa em Desenvolvimento de Objetos de Ensino e Aprendizagem Bilíngues, do IFSC Câmpus Palhoça, apresentaram dois artigos, na modalidade virtual, no 10th Annual International Technology, Education and Development Conference (INTED2016), em Valência, na Espanha, que aconteceu de 7 a 10 de março de 2016. É a segunda vez que o câmpus tem o aceite para apresentação de trabalhos no evento, que se caracteriza como uma das maiores conferências internacionais na área da educação e tecnologia.
Um dos artigos aprovados foi intitulado Development of Attention Metrics and Evaluation of Virtual Learning Objects in a Bilingual Context (Brazilian Sign Language / Portuguese), em português, Desenvolvimento de Métricas e Artefatos de Avaliação de Objetos Virtuais de Ensino e Aprendizagem (Libras / Português), e foi coordenado pelo pesquisador e professor de Multimídia e EaD, Bruno Panerai Velloso, com o apoio do Edital Universal 2014, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Assista à matéria da IFSCTV sobre o tema
O objetivo do estudo foi adaptar a metodologia de avaliação de objetos de ensino e aprendizagem (OEA) utilizando a tecnologia de eletroencefalografia (EEG) para o contexto bilíngue do câmpus. Os OEAs são as ferramentas digitais que apoiam o processo educativo, como vídeos, hipertextos, jogos educacionais etc. A metodologia de avaliação foi desenvolvida pelo pesquisador no seu doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento, concluído em 2014, pela Universidade Federal de Santa Catarina.
O artigo aprovado na conferência foi resultado da pesquisa realizada de novembro de 2014 a julho de 2015, envolvendo 16 alunos, surdos e ouvintes, os quais foram submetidos ao uso do equipamento de EEG enquanto assistiam a um vídeo em Libras com legendas em português. Durante os 14 minutos de exposição ao vídeo, o EEG registrou os níveis de atenção às mensagens transmitidas. Após a exposição os alunos responderam a um questionário (fase quantitativa da pesquisa) e uma entrevista estruturada (fase qualitativa).
Os resultados indicaram que o grupo de alunos surdos obtiveram mais atenção para os testes realizados em relação aos ouvintes, embora não tenha ficado claro os motivos para tal diferença. O pesquisador chamou a atenção para o fato de que estudos mais aprofundados precisam ser realizados, até porque os resultados das fases quantitativa e qualitativa da pesquisa ainda não foram concluídos. Na prática, a metologia de avaliação de objetos de ensino e aprendizagem (OEA), com a utilização do EEG, se mostrou eficiente para avaliar a qualidade e a efetividade dos OEAs, apontando oportunidades para aperfeiçoamento dos materiais produzidos para a educação de surdos e ouvintes.
Bruno chamou a atenção para a importância da participação em eventos dessa natureza. “É fundamental que os pesquisadores do Instituto se façam presentes, pois além de serem encorajados por órgãos como a Capes e o CNPq, a nossa participação coloca o IFSC em um cenário internacional de pequisa, contribuindo tanto para a formação do pesquisador, quanto para o estabelecimento do Instituto como instituição de pesquisa”.
O segundo trabalho apresentado na conferência recebeu o título de Deaf Film Club: aesthetics expression and subjectivity in deaf films, em português, Cine Clube Surdo: expressão estética e subjetividade em filmes surdos, e é resultado do projeto de extensão Cineclube Surdo, coordenado pela professora de produção audiovisual, Fabiana Paula Bubniak, com a participação da aluna bolsista Emilene Balbino Barbosa, e apoiado pelo Aproex 01/2015, edital de fomento da própria instituição.
A ideia foi apresentar aos servidores e alunos do IFSC Palhoça Bilíngue, bem como à comunidade surda da grande Florianópolis e aos interessados, produções cinematográficas que usassem a língua de sinais, ou que fossem realizadas por sujeitos surdos ou ainda, que representassem a cultura dessa minoria linguística.
O projeto teve como objetivo colocar em discussão as produções audiovisuais ‘surdas’ para melhor entender de que forma os surdos se apropriam da linguagem cinematográfica e utilizam sua propensão à visualidade para representar sua cultura por meio do cinema. Os resultados apontaram que tanto surdos quanto ouvintes desconhecem as produções feitas pela comunidade surda no que diz respeito à linguagem cinematográfica.
Além dos coordenadores mencionados, são autores dos projetos a professora de Multimídia e Comunicação Visual, Laise Miolo de Moraes, a professora de Tradução e Interpretação de Libras, Saionara Figueiredo Santos, e o professor de Multimídia e EaD, Douglas Kaminski.