Projeto do Câmpus Itajaí promove palestra com psicóloga da Delegacia da Mulher
20. junho 2016 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Itajaí, MatériasO projeto de extensão “Sexualidade na escola: vai que rola?” promoveu, na última quinta-feira (16), um bate-papo com a psicóloga da Delegacia da Mulher de Itajaí Danielle Cadan. A proposta era discutir a cultura do estupro, tema que vem ganhando repercussão nacional após o registro de casos de estupro coletivo. A palestra marcou o início das atividades do projeto de extensão no Câmpus. “A cultura do estupro foi escolhida como tema inicial por conta da grande mobilização que tem ocorrido tanto nacionalmente, como dentro do nosso Câmpus. Foi gratificante presenciar o interesse e entusiasmo dos participantes em debater as questões sociais que permeiam o assunto. O projeto surgiu pela necessidade que vi, como professora de Biologia, de proporcionar um espaço para os adolescentes falarem abertamente sobre questões relacionadas à sexualidade, onde possam obter esclarecimentos e, também, compartilhar suas visões e vivências”, explica a coordenadora do projeto, Sabrina de Oliveira.
Na conversa com os alunos, a psicóloga pode esclarecer dúvidas sobre o que é o estupro e como a Polícia investiga esses casos. “O estupro é um termo usado pelo Direito para tipificar esse tipo de crime, na Psicologia falamos em abuso sexual que consiste em uma prática sexual cometida por uma pessoa em situação de superioridade. Utilizamos o termo estupro de vulnerável para se referir aos casos em que a vítima é menor de 14 anos.”
Ela ainda os orientou sobre os procedimentos que devem ser tomados para o registro de um caso de estupro. “É possível fazer uma denúncia anônima através do 100 ou fazer o registro em uma delegacia. Mesmo antes do registro policial, a vítima tem direito a procurar o sistema de saúde e ter acesso à medicação como o coquetel anti-HIV.”
A psicóloga falou também das dificuldades em se investigar os casos, já que muitas vítimas não procuram a polícia ou após fazer a denúncia retiram a queixa. “Muitas pessoas têm a visão errada de que a maior parte dos estupros acontecem em lugares ermos, mas o que nós temos observado é que o maior índice de estupros está justamente em lugares de muito movimento e acontecem nos horários em que as mulheres estão saindo para trabalhar ou voltando para casa.”
Para as alunas Nicole Smaniotto e Sara Medeiros, do curso técnico integrado em Mecânica, a palestra foi um importante momento para refletir sobre o tema. “Eu gostei bastante e acho que a palestra vem contribuir com a discussão. Os cartazes que foram colocados no Câmpus pelo grêmio estudantil com dados sobre estupros no Brasil já tinham me chamado a atenção e com a palestra eu consegui entender melhor os direitos das vítimas”, explica Nicole.
A próxima atividade do projeto de extensão já está agendada para esta quinta-feira (23) às 14h quando será exibido o documentário “A família no papel” e haverá um bate-papo com o tema com a diretora do filme, Fernanda Friedrich. A exibição está sendo promovida em parceria com o Cineclube “Pano para manga” do Câmpus Itajaí.
Por Beatrice Gonçalves | Jornalista IFSC