Servidores da Eletrônica recebem capacitação para trabalharem com laboratório remoto

2. setembro 2016 | Escrito por | Categoria: Câmpus Florianópolis, Gestão de Pessoas, Matérias

Florianopolis-eletromeProfessores e técnicos do Departamento Acadêmico de Eletrônica (DAELN) receberam uma equipe formada por professores do Instituto Politécnico do Porto (IPP) e do Consejo Nacional de Investigaciones Cientificas y Tecnicas da Argentina. O grupo veio até o Câmpus Florianópolis para capacitar os servidores para utilizar o Virtual Instruments Systems in Reality (Visir) em atividades de ensino na área de eletrônica.

O projeto vem de uma parceria com a União Europeia, construída a partir do convite do IPP, parceiro do IFSC no Propicie e no Projeto Elecon. O Projeto Visir+ está inserido na temática KA2 (Cooperação para inovação e intercâmbio de boas práticas – Capacidade no Domínio da Educação Superior) do programa Erasmus+, da União Europeia para a Educação, a Formação, a Juventude e o Desporto. Participam do projeto 12 instituições de ensino superior de seis países: Argentina, Áustria, Brasil, Espanha, Portugal e Suécia. No Brasil, além do IFSC, estão a UFSC e a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio).

De acordo com o diretor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Clovis Antonio Petry, o treinamento trouxe informações sobre como funciona o Visir e como aplicar isso em sala de aula. “O Visir difere-se de um simulador porque não se trata apenas de software e de experiências virtuais. Há o hardware e o laboratório real, em algum lugar do mundo. Por exemplo, é possível usar um projeto em um aquário, e se o aluno a distância mandar alimentar um peixe, essa comida de fato cairá no aquário e haverá um peixe lá dentro”, explica.

Para o Técnico de Laboratório em Eletrônica Daniel Dezan de Bona, que participou do lançamento do projeto na Suécia, em fevereiro deste ano, essa será uma das dificuldades na apresentação da ferramenta aos alunos. “Como a simulação já é algo mais comum, tirar essa sensação de que não é apenas um simulador, de que o que eles fizerem terá um efeito real no laboratório remoto, vai ser o nosso trabalho, uma mudança de cultura”.

Para o coordenador do Visir+ no IFSC, professor Luis Carlos Martinhago Schlichting, a mudança cultural costuma ser sempre a principal barreira nesse tipo de projeto. “Em todas as áreas, quando você chega para um profissional e mostra que ele tem que mudar o jeito com o qual ele trabalha há anos, há sempre uma resistência. Na educação, também. Quando há uma nova ferramenta de ensino, é preciso primeiro convencer o professor, para que ele use essa ferramenta com convicção nas aulas e convença também o aluno. E acho que essa barreira nós já vencemos. A gente percebe nas perguntas e no envolvimento dos professore do DAELN que estão participando desta capacitação”.

O engajamento do Departamento de Eletrônica surpreendeu, inclusive, os professores da comitiva internacional. “Ficamos gratamente surpreendidos. Projetos que incluem alguma inovação têm uma inércia muito grande. E que em parte se justifica pelo tempo gasto para a adaptação. Mas percebemos que aqui já há bastante servidores dispostos a fazer o projeto acontecer”, afirmou Manuel Carlos Felgueiras, do IPP.

“É preciso lembrar que o Visir+ permite um experimento educativo, dentro de um projeto de pesquisa, e é muito mais do que apenas usar um equipamento. Por isso precisamos auxiliar e acompanhar a implementação. Depois dessa capacitação aqui (e anteriormente os professores e técnicos já participaram de uma capacitação na Europa), a ideia é de que o IFSC faça esse treinamento para as instituições associadas a eles”, explica Maria Isabel Pozzo, do Consejo Nacional de Investigaciones Cientificas y Tecnicas da Argentina. Em Santa Catarina, a Furb e a Udesc estão associadas ao IFSC.

Além de Manuel e Maria Isabel, participaram da comitiva internacional Ricardo Jorge Nunes Costas, Maria Arcelena Marques e Natércia Lima, todos do IPP.

Os equipamentos são esperados ainda neste semestre. Por se tratar de uma doação internacional, os recursos passam por um trâmite burocrático mais demorado e, por isso, o IFSC ainda não recebeu o laboratório, explicou Schlichting. “O laboratório poderá ser usado em praticamente todas as disciplinas da área de eletroeletrônica. E futuramente pretendemos expandir a utilização desse sistema para outras áreas, com tecnologia desenvolvida aqui”, afirmou o coordenador do projeto no câmpus.

Para a diretora-geral do Câmpus Florianópolis, Andréa Martins Andujar, a capacitação dos servidores nesse tipo de inovação é essencial para o futuro do câmpus. “Tornar a aula mais rica, interessante e adequada às necessidades dessa nova geração de estudantes é fundamental para que a nossa escola siga formando profissionais preparados e motivados a aprender sempre mais. Por isso nosso esforço em buscar parcerias que permitam capacitar nossos professores e técnicos administrativos para novas tecnologias em ensino e aprendizagem”.

Por Sabrina Brognoli d’Aquino | Jornalista IFSC

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