Câmpus Palhoça Bilíngue festejou o Setembro Azul
7. outubro 2016 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Palhoça Bilíngue, Eventos, Matérias
No mês de setembro se comemoram as lutas e as conquistas da Comunidade Surda brasileira. O Setembro Azul, como é nacionalmente conhecido, é um movimento criado em 2011, voltado à valorização da cultura surda e das línguas de sinais, a partir da realização de várias ações descentralizadas pelo país, com o objetivo de mobilizar as autoridades e a sociedade civil para as reivindicações dos direitos e das causas das pessoas surdas.
No Câmpus Palhoça Bilíngue as festividades iniciaram em 1 de setembro, com a palestra de abertura da ação de extensão “Setembro Azul no Câmpus Palhoça Bilíngue”, realizada por professores surdos e ouvintes, para alunos e servidores. A intenção foi a conscientização a respeito das lutas surdas por igualdade de direitos, pelo reconhecimento das línguas de sinais, pela oferta de educação bilíngue para surdos e pela valorização e difusão da cultura surda.
Já no Dia Nacional do Surdo (26), foi realizada a projeção do curta metragem “Crisálida”, que retrata a vida de um adolescente em meio a uma sociedade ouvinte, da autora e produtora executiva da Raça Livre Produções, Alessandra da Rosa Pinho, e uma roda de conversa com profissionais surdos, de diferentes áreas, sobre suas experiências de vida. O momento contou ainda com a participação de alunos e professores surdos da Escola de Educação Básica Nossa Senhora da Conceição, de São José. Além do Dia do Surdo, a atividade comemorou o terceiro aniversário de entrega do Câmpus à comunidade, que é a primeira unidade da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica na modalidade bilíngue (Libras/Português).
E para encerrar as festividades, no dia 30, um desfile de moda com alunos e convidados surdos agitou o intervalo das aulas dos alunos do curso técnico integrado do curso de Comunicação Visual. A atividade contou com o apoio do aluno do curso de especialização em Educação de Surdos, Rui Zuzza, proprietário de uma agência de modelos surdos. “Os eventos desenvolvidos na Instituição, nesse período, foram de grande importância para a conscientização das diferenças linguísticas e culturais que constituem o Câmpus Palhoça Bilíngue (Libras/Português), principalmente pelo fato de difundirem que as diferenças não são impedimentos para vida em sociedade, e que as barreiras podem ser derrubadas”, destacou a coordenadora do curso superior de Pedagogia Bilíngue, Simone Gonçalves Lima da Silva.
A adoção da cor azul está associada com o período da segunda guerra mundial, pois os nazistas identificavam as pessoas com deficiência por meio de uma faixa azul amarrada no braço. “Está relacionada também ao “laço azul” utilizado pelo Dr. Surdo inglês Paddy Lad, dentro dos conceitos da teoria “Deafhood”, que no Brasil ganhou o nome de “Ser Surdo”, que em resumo fala desse orgulho que os surdos sentem por sua língua e cultura”, explicou a professora de Pedagogia Bilíngue, Ana Paula Jung, que coordenou as atividades do projeto.
Por Sônia Santos | Relações Públicas IFSC