Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão entre os quatro estados brasileiros com maior presença de desenvolvedores de jogos digitais. Um levantamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social publicado em 2014, intitulado “Mapeamento da Indústria Brasileira e Global de Jogos Digitais”, indicava que os dois estados concentravam 27 empresas do setor, o que correspondia a quase 20% do total brasileiro.
O sul de Santa Catarina está em uma posição estratégica, no meio do caminho entre as duas capitais. Para estimular a economia em torno das potencialidades geradas pelo setor de jogos, três instituições de ensino estabelecidas em Araranguá decidiram criar, em conjunto, o Simpósio Latino-Americano de Jogos. E a primeira edição foi um sucesso.
O Câmpus Araranguá do Instituto Federal Santa Catarina (IFSC) fez parte da organização do evento, ao lado da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que sediou a primeira edição do evento em seu câmpus em Araranguá. Entre quinta-feira (13) e sábado (15), cerca de 400 estudantes, professores e desenvolvedores de jogos se reuniram para debater os desafios do setor e trocar experiências.
“Com o evento, queremos promover uma cultura sobre os jogos digitais, cada vez mais presentes em diversos setores da economia”, explica o analista de TI do Câmpus Araranguá do IFSC, Jefferson Martins, integrante da comissão organizadora.
O Slat Jogos trouxe a Araranguá palestras, workshops, apresentação de artigos e banners. Além dos debates acadêmicos, o evento também contou com exposição de jogos antigos, mostras de jogos analógicos, concurso de desenvolvedores de jogos digitais e até concurso de cosplays, a arte de se transformar em personagens do universo dos jogos.
Porque a cadeia produtiva em torno dos jogos digitais não envolve apenas a programação. Aluna do curso superior de Tecnologia em Design de Moda, Amanda Trindade, 21 anos, participou do concurso de cosplay e ficou em segundo lugar. Ela incorporou a personagem Umi, do jogo japonês Love Live. Fã da cultura japonesa, Amanda faz cosplay desde 2009, tanto que o hobby se tornou profissão. Ela possui uma loja virtual que vende fantasias e acessórios. Para ela, participar de um evento como o Slat Jogos abre uma nova perspectiva para sua carreira profissional.
“Sempre gostei de moda e procurei o IFSC porque a ideia era melhorar, aprender modelagem, costura, confecção. Futuramente, posso abrir uma grife relacionada à cultura japonesa. Há um mercado para roupas relacionadas a jogos, mas pouca atuação do designer de moda nessa área. Seria uma coisa legal lançar produto de moda com essa temática”, afirma.
Coordenador de TI do Câmpus Arranguá, Jonatan Marguti Pereira explica que o objetivo das instituições envolvidas na organização é expandir o evento e torná-lo referência como fórum latino-americano sobre jogos digitais. Ele destaca ainda a importância de levar o tema aos estudantes, dado o potencial do setor. “Estamos a meio caminho entre Florianópolis e Porto Alegre, dois polos importantes no desenvolvimento de jogos. A região Sul de Santa Catarina tem mão de obra qualificada e tem muito potencial para crescer nesta área”, afirma.
No ano que vem, o Slat Jogos será realizado na Unesc. A terceira edição do Slat Jogos está marcada para o Câmpus Araranguá do IFSC.
Por Daniel Cassol | Jornalista IFSC
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