No mês em que se celebra a Consciência Negra, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do Câmpus Gaspar promove uma série de debates. O primeiro deles foi sobre as políticas afirmativas. Participaram da discussão, realizada na última quinta-feira (3), a secretária de Ações Afirmativas e Diversidades da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Francis Tourinho, e o professor da UFSC Marcelo Tragtenberg. “O Câmpus Gaspar é o único a contar com um núcleo de estudos afro-brasileiros e indígenas no IFSC e esse momento de discussão é muito importante para refletirmos sobre as nossas políticas”, avalia o coordenador do Neabi do Câmpus Gaspar, Fernando Mezadri.
Durante o debate, os professores puderam relatar a experiência dos oito anos de implementação de políticas afirmativas na UFSC como forma de seleção de candidatos. A universidade foi uma das primeiras instituições a adotar as políticas afirmativas, quatro anos antes da aprovação da lei nº 12.711 de 2012 que obriga as instituições federais de educação a destinarem, no mínimo, 50% de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o Ensino Médio em escolas públicas e dentro deste percentual devem ser incluídos alunos de baixa renda, autodeclarados pretos, pardos e indígenas. “A secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades da UFSC tem cinco coordenadorias e além das ações afirmativas temos um trabalho de apoio aos alunos como os que têm necessidades específicas. Estamos também promovendo o Seminário Nacional de Gestão em Ações Afirmativas no Ensino Superior que irá reunir professores e especialistas de todo o país nos dias 9 e 10 de novembro em Florianópolis”, explica a secretaria.
Além das 50% de vagas destinadas às políticas afirmativas, a UFSC oferta vagas suplementares para pessoas pertencentes ao grupo étnico-racial negro, oriundos de qualquer percurso escolar. “Nós já observamos que a universidade mudou ao longo desses oito anos. Além das vagas para a graduação, o Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da UFSC também adota as ações afirmativas como forma de seleção dos candidatos”, explica o professor Marcelo Tragtenberg.
Além do debate sobre políticas afirmativas, o Neabi promove discussão sobre o sistema prisional de Blumenau e sobre gênero na escola.
Confira abaixo a programação:
08/11
Realidade no sistema prisional de Blumenau
Debatedores: Lenice Kelner, Carlos Gonçalves e João Pedro Sansão
horário: 15h às 16h30
local: auditório do Câmpus
10/11
Discutindo gênero na escola
Debatedores: João Horn e Lino Santos
horário: 13h30 às 15h30
local: auditório do Câmpus |