Alunos do IFSC se destacam na 9ª Olimpíada do Conhecimento

25. novembro 2016 | Escrito por | Categoria: Câmpus Araranguá, Matérias

Um trabalho realizado por estudantes do curso técnico integrado em Vestuário do Câmpus Araranguá mostra que a moda não está restrita às passarelas ou às marcas de grife. Durante sete meses, eles conversaram com catadores de material reciclável da cidade e desenvolveram uma coleção de peças para o uso no trabalho. O projeto foi um dos destaques da 9ª Olimpíada do Conhecimento, realizada em Brasília entre os dias 10 e 13 de novembro.

Maior torneio de educação profissional das Américas, a Olimpíada do Conhecimento reuniu cerca de 1,2 mil competidores. O evento é realizado a cada dois anos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), reunindo estudantes de cursos técnicos e de formação profissional do Senai, do Senac e dos Institutos Federais de Educação Profissional. Na competição, as equipes precisam executar tarefas relacionadas às suas áreas de atuação.

O Câmpus Araranguá participou da competição na modalidade “Moda e Criatividade”. O desafio era desenvolver peças multifuncionais a partir da reutilização de roupas usadas. Participaram os alunos Ana Caroline Souza, Emanuela Bellettini, Mickaela Cardoso, Leonardo Alexandre e Stella Moreira, coordenados pelas professoras Angela Maria Macedo e Ana Cristina Geraldo.

A ideia de desenhar uniformes para catadores veio do ano passado, por influência do professor Assis de Castilho, que já desenvolve projetos com os recicladores. Os alunos foram às ruas e nas cooperativas de catadores ouvir os trabalhadores, procurando entender como eles se sentiam e o que achavam de sua profissão. Surgia o projeto “Médicos do Planeta”.

“Esse título veio das entrevistas. Os entrevistados se diziam médicos do planeta, mas muitos também disseram que se sentiam constrangidos e que preferiam trabalhar à noite. O catador é uma pessoa invisível na sociedade. E os uniformes vêm trazer mais respeito a estes trabalhadores”, afirma a professora Ana Cristina.

Foram desenvolvidas capas de chuva feitas com lona de piscina e uniformes produzidos a partir de peças doadas por uma empresa de confecções, proporcionando segurança e conforto a quem trabalha na rua, muitas vezes dividindo espaço com os veículos. Até os cães ganharam modelos, capas de chuva feitas com guarda-chuva. No final, a equipe do IFSC não ficou entre as três primeiras colocadas, mas foi a mais votada pelo público, o que consistia em uma das etapas da avaliação.

“A moda voltada ao social é uma tendência”, explica a aluna Stella Moreira. “Conseguimos gerar benefício ao meio-ambiente e segurança aos trabalhadores, que terão um uniforme, o que pode ajudá-los a identificar o que fazem como uma profissão”, completa a estudante do quarto ano do curso técnico integrado em Vestuário.

Com a participação na Olimpíada do Conhecimento, a turma cogita ampliar o projeto, viabilizando-o junto a empresas ou ao poder público. Enquanto a ideia não decola, eles pretendem entregar os uniformes produzidos a catadores que participaram da pesquisa.

Destaques individuais

O IFSC também se destacou nas disputas individuais da modalidade “Moda e Criatividade”, com duas medalhas de prata. Stella Moreira foi segunda colocada no desafio “Transformação”, que consistia em transformar um calça jeans em outra peça no intervalo de uma hora. No desafio “Customização”, que consistia em customizar um blazer também em uma hora, a aluna Ana Caroline Souza também ficou na segunda colocação.

“Desenvolvi um blazer que procurava se desligar das tecnologias e se voltar para o meio rural”, conta Ana Carolina. Já Stella fez um top a partir de uma calça jeans. Ela relata que o conhecimento proporcionado pelo IFSC foi fundamental para que ela soubesse exatamente o que fazer na hora da prova. “Em uma hora, dava uma aflição. Normalmente a gente usa molde, fita métrica, lápis. Lá, não tínhamos nada. Temos muitas aulas práticas, o que ajuda muito na hora de olhar para o manequim e saber onde vai a pence, qual é o tamanho do decote. O IFSC ajuda a conhecer as técnicas de vestuário”, diz Stella, que sonha em abrir a própria empresa de confecção.

Daniel Cassol | Jornalista IFSC

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