V Seminário de Estágio das Licenciaturas foi realizado no Câmpus São José
13. dezembro 2016 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus São José, Eventos, MatériasOcorreu na segunda-feira (12), no Câmpus São José, o V Seminário de Estágio das Licenciaturas. O evento teve participação de estudantes do curso de licenciatura em Ciências da Natureza com habilitação em Química do câmpus e do curso de Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O tema do evento foi “Projetos de intervenção: das observações ao exercício da regência, em busca da contextualização temática”. A escolha da temática está relacionada com as discussões a respeito da importância do processo de construção do projeto de intervenção proposto e debatido ao longo das aulas de regência.
No seminário, houve apresentações e socializações das práticas vividas no estágio e uma palestra com a pró-reitora de Ensino de Graduação do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), Marlene Zwierewicz, atual coordenadora da Rede Internacional de Escolas Criativas (Riec Brasil) e coordenadora da Rede Internacional e-Culturas – Brasil. Ela é doutora em Psicologia pela UFSC e em Educação pela Universidade de Jaén (Espanha).
Marlene falou sobre “Projetos Criativos Ecoformadores: uma metodologia de intervenção transformadora”, abordando o tema da ecoformação, entendida como uma formação que alia o conhecimento com o mundo natural, do projeto escolas criativas, que tem origem na Universidade de Barcelona (Espanha). Segundo a pró-reitora da Unibave, essas escolas “criam, valorizam e transformam” e tentam aproximar o conteúdo da realidade do estudante.
Como exemplo de projetos criativos ecoformadores, a pró-reitora da Unibave citou casos da sua instituição, localizada em Orleans, no Sul de Santa Catarina. Em um deles, estudantes do curso de Agronomia do centro universitário tiveram que encontrar soluções para produtores de frutas da região. Para isso, tiveram que conhecer mais sobre as características do clima e solo da região.
Esses projetos também podem ser aplicados na educação básica, como no caso, relatado por Marlene, de uma escola do interior de Grão-Pará, pequeno município do Sul Catarinense (6 mil habitantes), no qual professores trabalharam o tema geração de energia com crianças da educação infantil. Algumas ações do projeto incluíram recolher na comunidade equipamentos antigos como lamparinas e lampiões, visita a museu e um depoimento de moradora antiga da comunidade. “É necessário trabalhar o conteúdo, mas como relacioná-lo com a realidade”, resumiu Marlene.
A pró-reitora também deu alguns conselhos aos alunos, falando sobre as mudanças na atuação do professor nas últimas décadas. “Hoje o professor não é mais o centro do conhecimento”, disse. Para ela, esse profissional tem o papel de abrir espaço para reflexão dos alunos.
Ela defende uma educação transformadora, que leve o estudante a refletir sobre problemas da sociedade e a agir contra eles. Como exemplos, citou a desigualdade econômica, a fome e a superprodução de lixo. Ainda, fez um alerta aos alunos que assistiam à palestra: “Vocês vão passar por um processo de mudança acelerada”, referindo-se às mudanças na sociedade e, consequentemente, no perfil dos estudantes com os quais os licenciados terão de trabalhar. Para sobreviver, será necessária criatividade, afirmou.