Câmpus Chapecó: a potência do JIFSC
2. junho 2017 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Chapecó, Eventos, Matérias
Se os Jogos do Instituto Federal de Santa Catarina (JIFSC) fossem a Olimpíada, certamente o Câmpus Chapecó seria os Estados Unidos. O câmpus foi o campeão do quadro geral de medalhas de todas as edições dos jogos, desde 2012 (exceto 2014, cujos resultados não foram encontrados). São mais de 120 medalhas e uma modalidade em especial é o carro-chefe dessas campanhas.
O Câmpus Chapecó ficou à frente dos demais nas edições de 2012 (23 medalhas), 2013 (28 medalhas), 2015 (26 medalhas), 2016, quando foi o anfitrião dos jogos (26 medalhas) e em 2017 (20 medalhas). São 124 no total, contando modalidades individuais e coletivas. O atletismo é o esporte que mais rendeu medalhas, sendo 83 das 124 que o câmpus conquistou, índice que representa 67%. Na edição deste ano, 19 das 20 medalhas foram na modalidade. A outra foi no futsal feminino, também sob o comando do professor Éder.
“Acredito que os demais câmpus miram nas coletivas, que são esportes mais populares nas escolas. Essa, talvez, seja a nossa vantagem”, destaca, humildemente, Éder Ferrari, professor de Educação Física do Câmpus Chapecó. O fato é que o professor Éder é o grande responsável pelo alto desempenho dos alunos de Chapecó no atletismo.
“Ele é ótimo e se dedica muito, principalmente no atletismo. Ele viu o meu potencial nas aulas de Educação Física e me chamou para treinar”, comenta Nicole Lessa de Lima, aluna do curso Técnico em Informática e atleta de velocidade nas provas de 100 metros e revezamento 4 x 100. Nesta edição de 2017, Chapecó ficou com ouro e prata na prova dos 100 e 200 metros, ouro nos 400 metros, também no revezamento 4 x 100 no feminino. No masculino, ouro nos 100, ouro e prata nos 200, prata e bronze nos 400 e ouro no revezamento 4 x 100. Isso só nas provas de velocidade.
Éder é formado em Educação Física e trabalha no IFSC desde 2010, sendo até hoje o único professor da disciplina no câmpus. Antes, foi atleta e treinador de atletismo, sendo sua especialidade as provas de velocidade. O professor destaca que o trabalho e a sua formação ajudam, mas coloca os méritos nos atletas. “O povo de Chapecó tem um espírito vencedor, uma raça, uma entrega em tudo que faz. E no esporte isso é fundamental, pois sempre exige aquele algo a mais e que os meninos e meninas sempre entregam”, completa o professor.
De fato, o que aconteceu com Nicole é uma prática comum nas aulas. Éder fica atento à características dos alunos na Educação Física e conforme vê o potencial ele chama para treinar em separado dando-lhes as técnicas necessárias para melhorarem sua performance. “Eu tinha um projeto de extensão contemplado pelo IFSC e como ele ajudava esses atletas. Nós não temos ginásio no câmpus, o que dificulta um pouco, mas consegui por meio de parcerias um espaço para treinar os atletas três vezes por semana”, conclui. E o olho atento de Éder tem rendido frutos, como a participação nos Jogos Escolares (Jesc), onde foram campeões regionais, e com alguns alunos participando de edições dos Joguinhos Abertos de Santa Catarina.
Porém, além de buscar futuros talentos, o objetivo é sempre incentivar a prática esportiva, algo que pode trazer benefícios para além das quadras e pistas. “Sempre gostei de esporte, mas passei a ter como hábito quando entrei no IFSC. Percebi que tenho melhorado meu desempenho acadêmico, hoje tenho mais concentração nas aulas”, reforça Nicole.
“O incentivo ao esporte no Câmpus Chapecó começa nas aulas de Educação Física com o professor Eder Ferrari. Com certeza essa é a razão dos excelentes resultados no JIFSC e em outros jogos regionais, estaduais e até nacionais”, comenta a diretora-geral do câmpus Ilca Ghiggi. O câmpus sempre apoia as iniciativas, inclusive liberando alunos e o servidor para a participação nessas competições sem prejuízo à carga horária regular.
O fim de uma era
E se o Câmpus Chapecó seria os Estados Unidos, certamente “a” Michael Phelps seria a atleta Ketllyn Pâmela Daniel Zanette. Ela participou de cinco edições do JIFSC (2013, 2014, 2015, 2016 e 2017). Este ano foi o seu último, já que ele se forma no curso técnico em Informático no segundo semestre. E ela terminou da mesma forma que começou lá em 2013: vencendo.
E essa história de amor e vitórias com o esporte teve o papel fundamental do professor Éder, que a descobriu numa aula de educação física em uma atividade que envolvia saltos. O resultado foram cinco medalhas de ouro no Salto em Distância no JIFSC, modalidade de sua especialidade.
“Ele é um paizão, sempre muito atencioso e dedicado. Me apresentou ao esporte, antes de entrar no IFSC eu nem sabia que havia uma pista de atletismo em Chapecó”, conta Ketllyn. Além do salto, ela também disputa as provas de velocidade onde também é pentacampeã nos 100 metros e no revezamento 4 x 100 metros. Somando ainda as medalhas em outras modalidades, como o futsal, onde também levou o ouro em 2016, e as outras provas do atletismo, são mais de 20 medalhas nas disputas do JIFSC.
A aluna/atleta lembra com carinho de todas edições do JIFSC que participou e reconhece o evento como o impulsionador de sua trajetória nas pistas, já que iniciou os treinamentos visando participar da edição de 2013. “O JIFSC é algo que vai além das competições. A gente conhece tantas pessoas legais e acho o máximo quando as pessoas vêm falar comigo, pois me reconheceram, falam que são minhas fãs, me sinto muito bem com isso. Mas, com certeza esse último teve um gostinho especial, tentei aproveitar cada momento, matar a saudade das pessoas que não via há muito tempo, e também tentar dar o meu melhor nos jogos”, completa.
Seu potencial já rende frutos fora da escola. Além de disputar outras competições como atleta federada do atletismo, Ketllyn foi contemplada com um bolsa de estudos integral em uma universidade de Chapecó, a Unochapecó, para competir pela instituição e cursar a graduação em Educação Física.
Por Rafael Xavier dos Passos | Jornalista IFSC