Amor pelo esporte motiva os treinadores das equipes do JIFSC
2. junho 2017 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Araranguá, Câmpus Gaspar, Câmpus São Miguel do Oeste, Eventos, Gestão de Pessoas, MatériasA promoção do esporte nos câmpus do IFSC passa pelo trabalho, algumas vezes voluntário, de servidores da instituição. São professores de Educação Física e técnicos que dedicam parte de seu tempo para treinar as equipes que participaram do 6º Jogos do Instituto Federal de Santa Catarina (JIFSC), em Blumenau, na categoria cursos integrados, entre 30 de maio e 1º de junho.
Campeão do futsal feminino, em uma emocionante final contra Chapecó decidida nos pênaltis, o time do Câmpus Araranguá é treinado pelo técnico em assuntos educacionais Mozart Maragno, que intervalos de sua jornada de trabalho para treinar as meninas. Os treinamentos são realizados desde 2015, geralmente no fim de tarde. E dão resultado: a equipe araranguaense apresenta um jogo coletivo muito bom, sempre com toque de bola envolvente.
“O trabalho deu certo. O grupo começou a ter assiduidade e compromisso com os treinos”, conta Mozart. Formado em Educação Física, ele trabalhou com futebol feminino na rede estadual de ensino, como professor temporário, e por quatro meses treinou voluntariamente a equipe feminina de futsal do câmpus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Araranguá. A paixão pelo esporte é o que o motiva.
“É prazeroso e motivante. O esporte está no meu sangue, na minha cultura. Não consigo me ver sem estar trabalhando com esporte”, diz o treinador, que está no IFSC desde setembro de 2008. Elepraticou futebol na adolescência, chegando a participar de torneios como Moleque Bom de Bola, competição entre escolas de Santa Catarina, e a fazer testes para a categoria de base do Avaí, clube de Florianópolis.
Depois de dois JIFSCs batendo na trave (perdeu nas semifinais em disputas de pênaltis), Araranguá ficou com a medalha dourada pela primeira vez. Resultado bastante comemorado pelas estudantes-atletas e pelo treinador do time. Para Mozart, no entanto, o que vale ouro mesmo em competições como os Jogos é o crescimento pessoal que as alunas têm com as experiências vividas. “É importante para a formação delas saber competir sem ir às últimas consequências, não tripudiar, não humilhar o adversário, evitar confusão e conflitos e aproveitar a coisa gostosa que é participar do evento.”
A paixão pelo esporte é também o que motivo o professor Yuri Lopes Adib Salomão a treinar duas vezes por semana o time de futsal masculino do Câmpus Gaspar, sempre no contraturno das aulas dos estudantes. Mas ele não é professor de Educação Física e sim de Química, sua área de formação. Ex-atleta de futsal, ele começou a trabalhar com a gurizada em 2014, para suprir a ausência de um treinador para a equipe. “Os meninos queriam treinar, mas não tinham quem o fizesse”, lembra. Os treinos são feitos na quadra coberta do câmpus.
O time de Gaspar foi até a decisão do futsal masculino, mas acabou perdendo a final para Florianópolis. O importante na competição, porém, é o aprendizado que fica, na opinião de Yuri. “Isso [o JIFSC] é ensino também. É pedagógico. Os estudantes aprendem com eventos como esses, que fazem a gurizada entender a como competir e respeitar os adversários”, opina. Para o professor, eventos como o JIFSC deveriam ser realizados mais vezes e ter mais incentivos, pois proporcionam também a revelação de novos atletas.
Obrigação, paixão e realização
Yuri e Mozart são, claro, algumas das poucas exceções entre os treinadores dos times do JIFSC. Predominam os professores de educação física, que ensinam as modalidades aos seus alunos nas aulas e também em outros horários, quando fazem treinos específicos para as equipes que vão participar de competições. A “obrigação” de fazer esses trabalhos – afinal, faz parte da área de atuação deles no IFSC – caminha junto com a paixão pelo esporte e pela realização em ver os estudantes desenvolverem-se como atletas e cidadãos.
No Câmpus Araranguá, os treinos de futsal e handebol masculinos e dos vôleis de areia e de quadra (feminino e masculino) são atividades extracurriculares comandadas pelo professor de educação física Mateus Cardoso Colares, que está no Câmpus Araranguá desde 2010, com apoio de alguns servidores. Os treinos ocorrem na quadra coberta do câmpus, em horários extrajornada do professor, no período noturno.
“O que me motiva é ver essa gurizada crescer e se tornar pessoas do bem. Em eventos como o JIFSC, o estudante ganha em maturidade, experiência e aprende sobre respeito ao próximo”, diz Mateus. Ele aponta, ainda, um benefício para a instituição com os jogos, que é o de os estudantes conhecerem melhor a abrangência do IFSC no estado – participaram do JIFSC na categoria cursos integrados 15 dos 22 câmpus da instituição – e se relacionarem com colegas das diferentes partes de Santa Catarina.
O professor é o responsável direto por treinar e orientar as equipes de vôlei do Câmpus Araranguá, modalidade da qual foi atleta. Na areia, Araranguá ficou com o ouro no feminino. Na quadra, foi bronze no feminino e no masculino.
E quem circulou pelo Complexo Esportivo do Sesi, em Blumenau, onde foi realizado o JIFSC, certamente em algum momento cruzou com a onipresente professora de educação física Marizete Arenhart Zuppa, do Câmpus São Miguel do Oeste, que treina nada menos que seis modalidades com os estudantes do câmpus: basquete, futsal, handebol, tênis de mesa, vôlei e xadrez. Os treinamentos são realizados às terças e quartas à noite, com duração de uma hora para cada. No JIFSC, orientou também o time de futebol 7, que teve competição apenas no masculino.
São Miguel do Oeste ganhou ouro no basquete feminino e no handebol feminino e masculino, além de bronze no futebol 7, no futsal masculino, no tênis de mesa e no vôlei de areia feminino e outras medalhas no atletismo. Parte desse resultado é fruto também de treinamentos que os estudantes fazem fora do IFSC, em escolinhas e clubes da região Extremo Oeste. “Não dá para criar muitas estratégias de jogo com somente uma hora de treino por semana”, afirma.
Marizete contou com apoio dos estudantes e de cinco servidores do câmpus para conseguir se organizar e cobrir tantas modalidades ao mesmo tempo. “Escolhemos líderes em cada equipe e eles ficaram responsáveis por coisas como reunir a documentação de todos e acompanhar os horários dos jogos”, conta. Essa ação fez com que os alunos assumissem funções de liderança e responsabilidade – mais um aprendizado para eles. Ela definiu o objetivo geral do câmpus no JIFSC como o de: participar. “Ganhar é consequência. O que importa mais são as novas convivênicas e o contato social. É um evento com um objetivo mais pedagógico”, explica.
Única professora de educação física do câmpus, Marizete é substituta e está no IFSC desde fevereiro, trabalhando com oito turmas de curso técnico e duas de curso superior (na disciplina de Saúde e Segurança do Trabalho), além de orientar as equipes que disputam competições. Esse “exército de uma mulher só” é movido pelo amor ao que faz, segundo ela mesma relata. “A Educação Física e o esporte estão no meu sangue!”, destaca a ex-atleta de futsal e vôlei. No dela e no de todos os que dedicam-se a promover as práticas esportivas nos câmpus do IFSC.
Por Felipe Silva | Jornalista IFSC