Fazendo Gênero: Marcha de Mulheres reúne 10 mil em Florianópolis
3. agosto 2017 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Eventos, Matérias
O terceiro dia do congresso internacional Mundo de Mulheres, que acontece na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) junto ao seminário Fazendo Gênero, foi marcado pelo tamborim da manifestação. Uma marcha reuniu cerca de 10 mil manifestantes no centro de Florianópolis em apoio aos direitos das mulheres. O evento conta com a parceria operacional do IFSC, e tem reunido pesquisadores e ativistas de todos os continentes em debates e atividades voltadas à questão de gênero.
A manifestação foi construída de forma colaborativa entre coletivos e instituições para que apresentasse a maior diversidade possível em suas pautas. Entre as reivindicações, estavam a descriminalização do aborto, o combate ao racismo, homofobia e violência contra a mulher, e a proteção de terras indígenas e quilombolas. A concentração para a marcha, por volta das 16h, teve batucada do grupo Cores de Aidê.
Na marcha, era possível encontrar pesquisadoras que integraram as atividades acadêmicas nos outros dias do evento. Na última terça-feira, Rosângela Costa Araújo compôs uma mesa-redonda sobre Mulheres Negras, Resistência e Interseccionalidades que lotou o Auditório Guarapuvu, no Câmpus Trindade da UFSC. No dia seguinte, durante o protesto, entoou os cantos de capoeira que deram ritmo a um dos blocos da multidão. Rosângela é historiadora e doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e chega aos 57 anos reconhecida como uma das vozes proeminentes do movimento negro no país. Atende por Mestre Janja e em 1982 foi uma das fundadoras do grupo de capoeira angolana no Pelourinho, Bahia.
Para Lúcia Maria Xavier de Castro, assistente social e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, a academia e os movimentos sociais devem caminhar lado a lado. Lúcia fundou a ONG Criola no Rio de Janeiro e se tornou referência no país quando tema é feminismo negro. “É preciso estabelecer uma dinâmica entre movimentos sociais e academia, porque a periferia também produz conhecimento legítimo”, proferiu Lúcia, que foi a debatedora da mesa-redonda da qual participou Jamja Araújo.
O público pode participar gratuitamente de conferências, tendas, fóruns de discussão, simpósios e apresentações artísticas até sexta-feira, 4 de julho. Acesse o site do evento para conferir a programação.
Confira outros destaques do evento.
Por Eduarda Hillebrandt | Estagiária de Jornalismo IFSC