Câmpus São Miguel do Oeste já planeja segunda edição da Semana de Direitos Humanos
28. maio 2018 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus São Miguel do Oeste, EventosO Câmpus São Miguel do Oeste realizou a I Semana de Direitos Humanos. A Comissão de Direitos Humanos do câmpus – que organizou o evento -, já está certa: haverá a segunda edição.
Nos próximos dias, membros da comissão irão passar nas salas de aula para desenvolver um questionário com os alunos. O documento terá dois focos: a avaliação do evento realizado nesta semana e uma pesquisa para decidir o(s) tema(s) da edição do ano 2019.
Se depender dos alunos, a avaliação será positiva. “Não temos espaço para discutir esses assuntos nas nossas casas. Então, pensamos que é papel da escola nos auxiliar a conhecer e debater alguns assuntos que precisamos entender”, afirmam Ana Carolina Kerkhoff, Rafaela Nericki e Vanessa Dreher, do Técnico Integrado em Alimentos.
Os assuntos que as alunas se referem são “Misoginia, sexualidade e gênero e preconceito racial”, os temas do evento. “Geralmente não entendemos a realidade do outro. Por exemplo, quase não temos pessoas negras ao nosso redor. Então, não tínhamos ideia de como elas sentem-se em relação ao preconceito antes da palestra sobre este assunto”, afirmam as alunas que tem 15 ou 16 anos.
Um dos palestrantes, o doutorando da Universidade de São Paulo (USP) Alexandre Bortolini de Castro, focou sua participação no assunto de sua tese: política educacional LGBT. Durante a oficina “Diversidade sexual e de gênero: conceitos básicos”, Alexandre conseguiu debater os assuntos com os alunos e servidores a partir de histórias de vida. “São histórias reais ou verossímeis de pessoas LGBT. Histórias de trajetórias coletivas que ajudam a pensarmos nos conceitos”, afirma.
Alexandre ressalta que nosso conhecimento, inclusive sobre esses assuntos, é produzido a partir da nossa cultura e com base nas relações com a sociedade. Com base nisso, o doutorando apresentou diferentes visões sobre a diversidade sexual e de gênero, como os pontos de vista da sociologia, da antropologia e de parte da filosofia. “Ainda faço um apanhado de como a ciência lida com essas questões ao longo da história. O sexo, por exemplo, já foi único, era apenas masculino. Hoje o sexo é binário – masculino e feminino -, então por que muitos afirmam que já chegamos a uma conclusão sobre este assunto?”, questiona o doutorando.
As temáticas do primeiro evento foram definidas com base numa consulta realizada junto a aproximadamente 400 estudantes dos cursos técnicos integrados e superiores ofertados pelo câmpus. “É importante aproveitar o fato de que as novas gerações estão abertas a esse tipo de debate. Eles sentem a necessidade de discutir questões de gênero, orientação sexual e discriminação racial e podem contribuir para a consolidação de uma mentalidade mais aberta, tolerante e flexível, compatível com as prerrogativas próprias dos direitos humanos”, afirma o professor Valdir.
Por Coordenadoria de Jornalismo do IFSC