Reditec promoverá discussão sobre Sociedade e os Desafios da Globalização
31. julho 2018 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Araranguá, Câmpus Caçador, Câmpus Canoinhas, Câmpus Chapecó, Câmpus Criciúma, Câmpus Florianópolis, Câmpus Florianópolis-Continente, Câmpus Garopaba, Câmpus Gaspar, Câmpus Itajaí, Câmpus Jaraguá do Sul-Centro, Câmpus Jaraguá do Sul-Rau, Câmpus Joinville, Câmpus Lages, Câmpus Palhoça Bilíngue, Câmpus São Carlos, Câmpus São José, Câmpus São Lourenço do Oeste, Câmpus São Miguel do Oeste, Câmpus Tubarão, Câmpus Urupema, Campus Xanxerê, Eventos
A Sociedade Brasileira e os Desafios da Globalização e Inclusão será o tema da palestra principal do quarto dia de programação da 42.ª Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec), que acontecerá de 10 a 14 de setembro, em Búzios (RJ). A palestra será ministrada pelo médico, Ph.D. em Epidemiologia; doutor em Science Honoris Causa pela McGill University, do Canadá; e ex-reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Naomar Monteiro de Almeida Filho.
Em sua abordagem, Naomar falará sobre os desafios da globalização no pós-liberalismo, destacando o papel central da tecnologia que, de acordo com ele, faz do conhecimento técnico-científico o ativo principal não só do futuro, mas de vários setores do presente.
“Nessa globalização, observa-se ciclos de crise econômica e social, num contexto marcado pelo imperialismo de blocos econômicos e consequente desvalorização do estado-nação que conhecemos da ciência política tradicional. Nesse contexto, há um retrocesso de políticas públicas e uma crescente desprofissionalização do trabalho”, aponta o palestrante, acrescentando que pretende discutir como isso afeta a sociedade brasileira e o principal meio de reprodução das classes que dominam essa sociedade, que é a educação superior.
Fazendo uma correlação com o tema principal do evento – O Trabalho no século XXI: Globalização, Inovação, Educação Profissional e Tecnológica: Caminhos e Desafios para a inclusão – Naomar afirma que tentará mostrar como esses fatores mudam de maneira profunda a estrutura e a dinâmica da produção, trazendo uma redução da importância do trabalho presencial no processo industrial, com a automatização, e do trabalho intelectual, com os algoritmos e a programação. “Além disso, a informatização com miniaturização praticamente retira dos trabalhadores humanos a capacidade de manufatura do que é o coração dos produtos dessa indústria de última geração”.
O palestrante pontua que, por outro lado, a própria natureza da inovação é redefinida nesse contexto. “E quem gera a inovação que rompe convenções, essa que chamam de inovação disruptiva? São as universidades, institutos e centros de pesquisa. No Brasil, em quase totalidade, estamos falando de uma rede pública que, nesse momento político de triste memória, está ameaçada por governantes que nem têm consciência de que o mundo está mudando com enorme rapidez. E quem não conseguir acompanhar, pagará alto preço. Estou falando de custos sociais, é claro”, ressalta.
Naomar, que tem focado sua produção acadêmica em estudos sobre a nova universidade e sua relação com a sociedade, com livros publicados sobre o tema, destaca que os gestores das instituições de educação superior do Brasil têm uma enorme responsabilidade. “Não sou muito otimista, ou melhor, em quase nada otimista, pelo menos em curto prazo. A missão dessas instituições, de formar intelectuais, pesquisadores, criadores e inventores, está ameaçada pela visão rasteira de que o ensino superior existe somente para formar profissionais e produzir diplomas, em linhas de montagem, mediante processos de massificação”, ressalta o pesquisador, acrescentando que o “nosso desafio será como ampliar a escala e garantir qualidade de formação, sem perder a capacidade criativa, tão necessária neste momento”, finaliza.
A palestra principal será seguida por uma mesa-redonda, de mesmo tema, que desdobrará os assuntos abordados pelo palestrante, com a participação de Naomar Monteiro e mediada por Wyllys Farkatt Tabosa, reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e coordenador da Câmara de Extensão do Conif. Também farão parte da mesa Joana D’Arc Félix, docente e pesquisadora na Escola Técnica Estadual Professor Carmelino Corrêa Júnior, de Franca-SP; David Bourdages, diretor-geral do CIRADD, no Canadá; Paulo Speller, da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI); e Francisco Sobral, ex-reitor do Instituto Federal Catarinense (IFC).
Outras informações sobre o evento podem ser acessadas no site da Reditec 2018.
Por Coordenadoria de Jornalismo do IFSC, com informações da Diretoria de Comunicação do IFFluminense