Reditec 2018 discute ações estratégicas e políticas do MEC, além de tendências e desafios

12. setembro 2018 | Escrito por | Categoria: Câmpus Araranguá, Câmpus Caçador, Câmpus Canoinhas, Câmpus Chapecó, Câmpus Criciúma, Câmpus Florianópolis, Câmpus Florianópolis-Continente, Câmpus Garopaba, Câmpus Gaspar, Câmpus Itajaí, Câmpus Jaraguá do Sul-Centro, Câmpus Jaraguá do Sul-Rau, Câmpus Joinville, Câmpus Lages, Câmpus Palhoça Bilíngue, Câmpus São Carlos, Câmpus São José, Câmpus São Lourenço do Oeste, Câmpus São Miguel do Oeste, Câmpus Tubarão, Câmpus Urupema, Campus Xanxerê, Matérias

O palco do auditório principal do Hotel Atlântico, onde acontece a Reditec 2018, recebeu Gustavo Moraes, Paulo Leão e Romero Raposo Filho, respectivamente assessor especial, diretor de desenvolvimento e secretário da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC), nesta terça-feira (11), quando apresentaram ações estratégicas, políticas da Setec e das atividades desenvolvidas nos últimos dois anos.

Reditec 2018Apresentação_da_SetecBaseada em tópicos, Romero Filho, trouxe os atuais números da Rede Federal: 659 campi, 73.972 servidores, entre professores e técnicos administrativos em educação. Ao falar sobre as prioridades de sua gestão, o destaque dado pelo gestor foi a execução de obras em andamento: “temos 249 obras em execução, as quais fizemos um investimento de R$ 40 milhões para viabilizar sua entrega em condições plenas de uso. Há, ainda, 329 projetos em andamento, para que seja dado seguimento após a conclusão das outras obras”, disse.

Já Gustavo Leão apontou os desafios para a Plataforma Nilo Peçanha, que destaca como maior avanço entre as ações que desempenharam para consolidar a Rede: “manter e dar significado a ela, como resultado prático de sua construção enquanto instrumento de e para a Rede”.

A Plataforma Nilo Peçanha (PNP) é o ambiente virtual de coleta, validação e divulgação das estatísticas oficiais da Rede Federal. Segundo Gustavo, coordenador e um dos idealizadores da iniciativa, o intuito é “reunir dados da Rede, subsidiando a avaliação dos processos educacionais, promovendo a qualidade educacional e tornando a gestão dos programas e das políticas públicas em educação profissional e tecnológica mais eficaz”. A plataforma vai reunir dados sobre o corpo docente, estudantes, quadro técnico-administrativo e de gastos financeiros de todas as unidades da Rede Federal. A Plataforma chega a sua segunda versão: a PNP 2.0 traz novos filtros, ajustes e funcionalidades. O “censo da Rede”, que está disponível a todos, e foi validado por seis mil servidores que se cadastraram voluntariamente, traz dados e indicadores estatísticos de 2017. “Nossa maior expectativa é ver a consolidação dessa ferramenta nos próximos anos. Ainda neste mês de setembro começaremos os trabalhos, via Revalide (Rede de Coleta, Validação e Disseminação das Estatísticas), para a coleta de dados de 2018”, finalizou Gustavo.

 

Tendências e desafios 

A primeira mesa-redonda do evento, com o tema “Tendências e Desafios da Educação Profissional e Tecnológica no mundo”, teve como foco a necessidade da atuação em rede, em escala global, para vencer o desafio de formar profissionais no contexto de rápidas mudanças dos dias atuais.

Reditec 2018Mesa_Redonda_3O debate teve a participação de dois convidados internacionais: Shyamal Majumdar, diretor da Unevoc, que é o Centro Internacional para a Educação Profissional e Tecnológica, um dos sete institutos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), para o desenvolvimento da educação técnica e profissional; e Denise Amyot presidente das Colleges and Institutes Canada (CICan), instituição responsável pelo suporte às faculdades, institutos, escolas de ensino, educação geral e vocacional e escolas politécnicas no país.

A mediação ficou a cargo do reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Jefferson Manhães de Azevedo, anfitrião do evento, que destacou a necessidade de discutir e procurar soluções para um mundo em mudanças, globalizado, automatizado e com tecnologias inteligentes, o que exige o desenvolvimento de competências para além das habilidades técnicas, tais como a liderança e a inteligência emocional. “O grande desafio não é como preparar nossos jovens e suas profissões para que se adequem a um futuro incerto, mas prepará-los para construir um novo e grande futuro, no qual todas as pessoas estarão incluídas”, frisou Azevedo.

Em suas apresentações, Shyamal Majumdar e Denise Amyot apresentaram as questões enfrentadas e as alternativas escolhidas para a Educação Profissional e Tecnológica em suas instituições e países de origem. Ambos apontaram a necessidade de atuação conjunta e articulada em rede na busca de respostas para enfrentar as mudanças que estão em curso. “Não existem soluções prontas, e não será de forma fechada que encontraremos respostas. Elas não estão em apenas um país, mas no mundo, e no intercâmbio de experiências, tais como a Unevoc e um encontro como esse, a Reditec proporciona”, apontou o professor Majumdar. Ele citou como exemplo a existência de questões debatidas na América Latina, que também são próximas às enfrentadas na Ásia.

A importância da discussão pública dos problemas e a construção coletiva de soluções também foi defendida por Denise Amyot. Ainda que o Canadá tenha excelentes índices educacionais, existe a preocupação constante em transformar a percepção com relação ao processo de construção do conhecimento, que não deve ser restrito aos espaços formais e cada vez mais universal. Na perspectiva da troca de experiências, ela citou o Programa Mulheres Mil, voltado para a formação profissional e tecnologia, articulada com a elevação da escolaridade e geração de renda para mulheres em situação de vulnerabilidade social, desenvolvido na Rede Federal brasileira desde 2011, fruto de cooperação internacional entre o Brasil e o Canadá. Amyot também anunciou que em breve novos estudantes brasileiros, oriundos de tribos indígenas, e canadenses receberão bolsas para estudos por meio de intercâmbio entre os dois países.

Por Coordenadoria de Jornalismo, com informações de Cristina França (Ifes) e Clayton Nascimento (IFRN)
Fotos: Gildo Júnior (IFRR) e Rodrigo Fonseca (IFAM)

 

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