Alunos com deficiência são tema de palestra no Encontro EPE
5. outubro 2018 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Araranguá, Câmpus Caçador, Câmpus Canoinhas, Câmpus Chapecó, Câmpus Criciúma, Câmpus Florianópolis, Câmpus Florianópolis-Continente, Câmpus Garopaba, Câmpus Gaspar, Câmpus Itajaí, Câmpus Jaraguá do Sul-Centro, Câmpus Jaraguá do Sul-Rau, Câmpus Joinville, Câmpus Lages, Câmpus Palhoça Bilíngue, Câmpus São Carlos, Câmpus São José, Câmpus São Lourenço do Oeste, Câmpus São Miguel do Oeste, Câmpus Tubarão, Câmpus Urupema, Campus Xanxerê, Eventos, Matérias, ReitoriaEntendendo que o atendimento a pessoas com deficiência numa perspectiva inclusiva é responsabilidade de todos os servidores, a primeira atividade da programação do Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, realizado nesta semana em Florianópolis, foi uma palestra sobre o processo educacional de estudantes da Educação Especial e sua interface com a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), ministrada pela coordenadora de Ações Inclusivas do IFSC, Ivani Cristina Voos. A servidora é uma das duas professoras de educação especial que já atuam no IFSC e, em 2019, mais oito docentes com formação nessa área serão contratados para trabalhar nos câmpus. Durante sua palestra, a coordenadora esclareceu alguns conceitos e deu um panorama de como o IFSC está trabalhando com esse público.
Ivani destacou o aumento no número de alunos com deficiência a partir da Lei nº 13.409/2016, que dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições federais de ensino. “Que bom que veio a lei das cotas que trouxe o pertencimento desse público a esse espaço que também é deles de direito”, ressaltou.
Conforme o último levantamento feito pela Diretoria de Assuntos Estudantis (Dae), o IFSC possui 212 alunos de educação especial. Neste número, são considerados os estudantes com deficiência (intelectual, sensorial, física, múltipla), com transtorno do espectro autista e com altas habilidades/superdotação.
A Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades e realiza o atendimento educacional especializado, disponibilizando serviços e recursos e orientando os alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular. “A Educação Especial estuda cada caso e busca estratégias junto com os professores para que o aluno tenha condições iguais aos outros em sala de aula”, explicou Ivani. No contexto atual, o desafio é incluir a pessoa com deficiência no sistema escolar. “Nos últimos anos, esse público já passou por um momento de exclusão, separação e integração até que se chegou à atual recomendação de inclusão”, disse a coordenadora.
Nesse sentido de incluir, a coordenadora ressaltou que é preciso atribuir o status de pessoa, ou seja, chamar a pessoa com deficiência de “pessoa com deficiência” mesmo e não esconder ou camuflar essa condição. “Os jargões têm reforço negativo. Não podemos ir por esse caminho, pois não contribui para o êxito desse aluno”, enfatizou.
Educação Especial na EPT
Quando a Educação Especial é tratada dentro da Educação Profissional e Tecnológica, ela precisa possibilitar a ampliação de oportunidades de escolarização, a formação para a inserção no mundo do trabalho e a futura participação do aluno com deficiência na sociedade. A coordenadora destacou que a educação especial não é facilitar o processo educativo do aluno na forma de liberar de trabalhos ou fazer provas mais fáceis, mas sim oferecer recursos que contribuam para o processo educativo. “O atendimento educacional especializado é um dos serviços que a educação especial pode oferecer”, explicou Ivani.
Para prestar um melhor atendimento aos alunos de Educação Especial, o IFSC está em processo de implantação de um Laboratório de Tecnologia Assistiva (LABTA), que será instalado no Câmpus Palhoça Bilíngue. O objetivo do LABTA será prestar o atendimento especializado, confeccionar materiais pedagógicos acessíveis e auxiliar no processo de formação de servidores do IFSC e professores”, informa a coordenadora. A previsão é que até o final deste ano o laboratório já esteja funcionando em um espaço físico no câmpus.
No final da sua apresentação, Ivani compartilhou um vídeo da psicopedagoga argentina, Constanza Orbaiz, que tem uma paralisia cerebral desde que sofreu uma parada cardiorrespiratória quando nasceu. Num trecho de uma palestra no evento TedxRío de La Plata, ela diz: “Não somos especiais, especiais são as pizzas”.
No IFSC, o trabalho de Educação Especial é feito pela Coordenadoria de Ações Inclusivas, que faz parte da Diretoria de Assuntos Estudantis (Dae), e pelos Núcleos de Atendimento a Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) dos câmpus. Mais informações sobre o assunto, bem como o contato das áreas, podem ser encontradas no Portal do IFSC.
Por Marcela Lin | Jornalista do IFSC