Vencedores do Prêmio IFSC de Inovação conhecem instituições portuguesas
28. maio 2019 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Gestão, MatériasPortugal tem sido o país com quem o IFSC mantém uma forte parceria internacional. Além de ser o destino da maioria dos intercambistas do IFSC, também foi escolhido pelos vencedores do Prêmio IFSC de Inovação do ano passado. Em abril deste ano, os professores Andressa Bregalda e Pierry Teza, do Câmpus Tubarão, visitaram os institutos politécnicos de Porto e de Setúbal. Já o auxiliar de biblioteca Cristiano Sarda da Conceição, do Câmpus São José, esteve no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).
Por atuarem na área de gestão, os professores optaram por visitar o Instituto Politécnico de Setúbal, até por indicação da Assessoria de Assuntos Estratégicos e Internacionais do IFSC (Assint). “Soubemos que, nesta instituição, havia uma área de gestão bem estruturada, que é a nossa área de atuação e tem total aproximação com as nossas atividades realizadas no IFSC, na área de gestão e negócios”, explica Andressa. Durante os dias que passaram no IPSetúbal, os docentes puderam conhecer um pouco mais dos cursos de Recursos Humanos, Contabilidade, Logística e Engenharia de Informática, bem como os laboratórios de tecnologia, mobilidade, informática e logística. “Nosso objetivo foi de conhecer as práticas realizadas nas instituições e compartilhar o que também desenvolvemos aqui”, aponta a professora. Já o Instituto Politécnico do Porto foi escolhido por também ser referência na área de TI, que é uma das áreas de atuação do Câmpus Tubarão, onde os dois docentes estão lotados.
Dois pontos chamaram a atenção do professor Pierry: o baixo índice de evasão das instituições portuguesas e a proximidade com o mercado. Ele menciona o Programa Deloitte como exemplo em que uma turma já atua na empresa enquanto faz o curso. “É um caminho que podemos pensar em como trabalhar no Brasil, um processo que precisa ser amadurecido, mas que pode estar relacionado com a baixa evasão”, comenta o professor.
Para os professores do IFSC, algumas experiências portuguesas podem ser incorporadas no instituto. “Penso que podemos adaptar algumas coisas à nossa realidade como, por exemplo, o acompanhamento dos alunos com mentorias e as dinâmicas de aulas baseadas em projetos, em que as competências são desenvolvidas de maneira integrada no conjunto das disciplinas”, diz Andressa.
Além de pensar em práticas que pode aplicar em suas aulas, a viagem pode render ainda mais para a professora. “Particularmente, durante a viagem, surgiram algumas ideias de parcerias de estudos com as instituições”, revela.
Outro ponto positivo da viagem, segundo Pierry, é valorizar o que já se faz no IFSC. “Embora a gente tenha visto muitas coisas boas lá fora, percebemos que não estamos muito atrás”, afirma.
Além de visitar os dois institutos, os professores aproveitaram a viagem para visitar o primeiro intercambista do Câmpus Tubarão que está finalizando seu projeto pelo Propicie 15 na Espanha. Veja aqui a reportagem.
Realização de um sonho
Para o auxiliar de biblioteca Cristiano, vencedor do prêmio na categoria Gestão, a escolha por Portugal se deu pelo antigo sonho que tinha em conhecer o país, além da facilidade da língua que também foi um fator decisivo. A visita técnica ocorreu no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) no final de março.
O servidor do IFSC teve a oportunidade de conhecer a biblioteca do ISEP, seu acervo, serviços e espaços – tudo guiado pela bibliotecária da instituição portuguesa, Ana Rebelo. “A visita técnica foi excelente e me permitiu conhecer um pouco de uma instituição de outro país, outro continente”, destaca Cristiano.
O bibliotecário por formação explica que, para quem trabalha com a informação, é um choque de cultura muito grande. “Os portugueses dão muito valor a sua história e à preservação da memória e isso foi o que achei de mais fantástico”, salienta.
De volta ao Brasil, Cristiano se diz motivado a participar novamente do Prêmio IFSC de Inovação com outros projetos. “O prêmio serve como um incentivo para inovar, criar novas possibilidades e creio que temos muitos servidores com potencial para isso e o Prêmio IFSC de Inovação é um grande impulsionador”, completa.
Sobre os projetos ganhadores
Andressa e Pierry foram contemplados com a viagem internacional após tirarem o primeiro lugar no Prêmio IFSC de Inovação 2018 na categoria Sala de Aula com o projeto Empreender para crescer: uma vivência empreendedora. A atividade foi desenvolvida com os alunos do curso de formação inicial e continuada de Empreendedorismo Jovem no semestre 2018.1. As turmas foram divididas em equipes e cada uma planejou e produziu produtos – desde alimentícios até artesanais – que foram comercializados durante 13 dias. O lucro de cerca de R$1.400, obtido com as vendas, foi doado a duas entidades beneficentes em Tubarão.
Cada equipe elaborou sua estratégia de produção, marketing e vendas de acordo com os conceitos e métodos trabalhados em sala de aula e aplicou os conhecimentos na prática. O” que mais chamou a atenção durante a execução do projeto foi o grande engajamento dos alunos, que romperam as barreiras do câmpus e chegaram a vender seus produtos para pessoas de outros câmpus do IFSC e da comunidade local”, afirma Andressa. A professora viu suas expectativas superaras quando um grupo participou de uma feira de adoção de animais. “O que me deixa ainda mais feliz é ver que esse projeto teve continuidade após a finalização do curso no IFSC’, conta.
Para Andressa, a oportunidade de visitar uma instituição estrangeira é uma grande motivação para que os servidores do IFSC desenvolvam projetos que possam posteriormente ser inscritos na premiação. “Da mesma forma que busco inovar em sala de aula, penso que é um incentivo para que mais pessoas pensem em desenvolver práticas que façam sair da zona de conforto e buscar o engajamento do nosso aluno”, ressalta.
Já o técnico-administrativo Cristiano venceu a premiação na categoria Gestão com o projeto Bibliomarketplace: um serviço de troca de conhecimentos entre os interagentes da biblioteca inspirado na economia compartilhada. O Bibliomarketplace é uma plataforma para a troca de conhecimentos voltada para o público da biblioteca e aberta para toda a comunidade. Foi criado na plataforma de mercado virtual Sharetribe, um site que permite que se crie um mercado online personalizado. “Não se trata exatamente de um mercado online, mas, de uma plataforma virtual onde se pode agendar horários para trocar conhecimentos na forma presencial, em uma sala da biblioteca ou em outros locais do câmpus”, explica o servidor.
Por Marcela Lin | Jornalista