Gestoras do Câmpus Palhoça Bilíngue visitam secretarias do governo federal em Brasília
11. julho 2019 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Palhoça Bilíngue, Gestão, MatériasApresentar o câmpus, reivindicar mais tradutores e intérpretes de Libras e articular parcerias que possibilitem a captação de recursos extraorçamentários a serem aplicados na instituição foi o objetivo de uma visita que a diretora-geral do Câmpus Palhoça Bilíngue, Carmem Beck, e a chefe do Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão, Simone Lima, fizeram a órgãos do governo federal ligados à educação e ao esporte em Brasília, entre 2 e 4 de julho.
Na agenda estavam o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD), a Secretaria do Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS), a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp) e a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec). Em cada um desses locais elas foram recebidas pelos seus gestores.
No FNDE o encontro foi pautado pela proposta de parceria para produzir materiais didáticos bilíngues (Libras/Português) de apoio aos professores e alunos do ensino médio do Brasil. Carmem e Simone apresentaram à coordenadora geral dos Programas do Livro – que compreende o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), Nadja Rodrigues, e à especialista em Financiamento e Execução de Programas e Projetos Educacionais, Judite Ramos da Silva, uma prévia do material já produzido pelo câmpus, com recursos da Setec, na área de matemática, cujo plano é disponibilizá-lo aos institutos federais. “A intenção em buscar o apoio do FNDE é ampliar a proposta desenvolvendo iniciativas de ensino e aprendizagem de outras disciplinas como português, química, física etc., e fazer com que eles estejam ao alcance do maior número de escolas possíveis”, explicou Simone.
Já na SNDPD, as gestoras foram recebidas pela Secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Priscilla Roberta Gaspar de Oliveira, e pelo diretor do Departamento de Políticas Temáticas do mesmo órgão, Paulo Roberto Amaral Vieira. O foco do encontro foram os desafios enfrentados numa instituição de característica bilíngue, principalmente em relação à falta de profissionais tradutores e intérpretes de língua de sinais. Nesse sentido, foi solicitado que fosse organizado um documento formalizando tais demandas para que a SNDPD possa avaliar como apoiar. Além disso, a secretária foi convidada a participar de um evento que está sendo organizado pelo câmpus, o qual vai discutir a educação bilíngue no contexto nacional e no estado de Santa Catarina, em 6 novembro de 2019. Priscilla já confirmou a sua participação.
Na Secretaria do Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, o motivo da agenda foi, além da exposição da proposta pedagógica da instituição, a apresentação ao diretor do Departamento de Gestão de Programas de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Degep), Clair Tomé Kuhn, de um projeto-base para a construção de uma quadra poliesportiva no câmpus. A atribuição do Degep é formalizar convênios. “O projeto é propício para acolher o aluno. Aprecio muito esse engajamento em um projeto bilíngue, no que se refere ao esporte. Há de se ter a inclusão social desses jovens surdos não só na educação, mas na esfera esportiva também”, disse Clair. O gestor garantiu que essa demanda será analisada tecnicamente e apresentada ao secretário da SNELIS, Washington Cerqueira. Também esteve presente na reunião o coordenador-geral de Custos e Destinação de Bens, Francis Venturin.
Na Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), antiga Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), a conversa foi com o secretário do órgão, Bernardo Goytacazes de Araujo, a diretora de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos, Karin Strobel, a coordenadora-geral de Avaliação e Supervisão de Programas Educacionais Bilíngues, Elizangela Ramos de Souza Castelo Branco, e o consultor educacional da secretaria, Andre Reichert. Na pauta do encontro estavam novamente as questões relacionadas aos tradutores e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e outras demandas do câmpus, como a viabilização de um laboratório de ensino e aprendizagem para a educação infantil e séries iniciais, a ser utilizado pelo curso de graduação em Pedagogia Bilíngue (Libras/Português). A secretária Karin e o consultor educacional André também irão integrar a programação do evento planejado para novembro.
E para encerrar a programação das visitas, no último dia, a reitora do IFSC, Maria Clara Kaschny Schneider, se juntou às gestoras para uma reunião na Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), onde foram recebidas pelo coordenador-geral de Planejamento, Orçamento e Gestão da Rede Federal (CGPOG), Weber Tavares da Silva Júnior, que garantiu a continuidade dos recursos para produção do material bilíngue na área de matemática, projeto já em andamento. Outro assunto bastante relevante foi uma reivindicação de alteração no art. 4º da Portaria Interministerial nº. 102, de 20 de abril de 2017, no sentido de ampliar o prazo de duração dos contratos dos tradutores e intérpretes de Libras, que atualmente é de, no máximo, dois anos.
Além das visitas oficiais, um ofício foi protocolado junto ao MEC, solicitando mais seis códigos de vagas para contratação temporária de profissionais de tradução e interpretação de Libras, a fim de suprir as demandas pedagógicas e administrativas da proposta de educação bilíngue do câmpus.
A viagem se mostrou bastante produtiva e parece ter cumprido as expectativas. “Fomos muito bem recebidas em todas as secretarias em que passamos. Todos se mostraram muito interessados em entender a nossa proposta de educação profissional bilíngue. Acredito que tenhamos conseguido apresentar a diferença do câmpus e sensibilizar para a necessidade de reconhecê-lo como a primeira e única experiência de educação profissional bilíngue no Brasil e que, por isso, precisa de um olhar diferenciado”, declarou Carmem. “Sendo um governo novo, com novas equipes, acredito que esse primeiro contato serviu para eles terem ciência de nossa existência e trabalho. Voltamos de lá com alguns resultados, mas em breve pretendemos retornar e firmar as parcerias de forma oficial”, acrescentou Simone.
Por Sônia Santos | Relações Públicas do IFSC