Cerca de cem servidores de todos os câmpus participaram, esta semana, do Encontro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração (Epea) do IFSC, primeira iniciativa do gênero a integrar formalmente a área da Administração às discussões em torno da indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão. Ao longo de três dias, entre segunda e quarta-feira (23 a 25 de setembro), servidores das quatro áreas refletiram e fizeram encaminhamentos em torno do tema “Desafios da indissociabilidade e da gestão democrática”.

As atividades tiveram início na segunda-feira (23 de setembro), como parte das comemorações ao aniversário de 115 anos do IFSC, na Reitoria. A palestra de abertura foi proferida pelo professor do Instituto Federal Fluminense (IFF) Carlos Artur de Carvalho Arêas, que falou sobre a identidade dos Institutos Federais e possíveis caminhos a construir. Ele destacou que a Educação Profissional e Tecnológica, no Brasil, é uma porta de entrada para a escolarização, num cenário em que 71 milhões de jovens e adultos com mais de 18 anos não concluíram a educação básica.

-> Assista à gravação da palestra do professor Carlos Artur Arêas

Arêas também ressaltou a característica transversal da permanência: “Todas as ações compõem as políticas de acesso, permanência e êxito, pois ela é a própria materialização do direito à educação”, refletiu o professor. Nessa perspectiva, incluir questões ligadas à Administração e à Gestão no tripé da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão implica a ampliação da visão em torno das responsabilidades de todas as áreas sobre acesso, permanência e êxito.

Discussões e encaminhamentos

Ao longo dos três dias do encontro, os participantes se organizaram em quatro eixos temáticos de discussões: (1) Acesso, permanência e êxito; (2) Relação com a comunidade; (3) Conhecimento científico e EPT; e (4) Gestão democrática e governança pública. Em cada eixo, os grupos temáticos discutiram sobre os desafios e propostas de ações a serem encaminhadas. Na plenária final, foram encaminhados os seguintes pontos:

• Lançar programa/edital, pela Reitoria, que reúna ensino, pesquisa e extensão (observar a duração, a necessidade de continuidade, ampla divulgação/publicização e projetos de referência);
• Promover a formação dos servidores sobre as relações entre ensino, pesquisa e extensão, instrumentalizando-os para entender sua execução;
• Realizar novos eventos de ensino, pesquisa, extensão e administração e encontros para trocas de experiências;
• Simplificação dos editais para ampliar a pesquisa e facilitar o acesso (desburocratizar e, ao mesmo tempo, qualificar os projetos);
• Realizar capacitação focada no planejamento das ações para organização de todos os fluxos, incluindo as compras e prestação de contas;
• Disponibilizar material de orientação (‘manual’) aos câmpus sobre os fluxos dos projetos de ensino, pesquisa e extensão;
• Incentivar o registro de todos os projetos realizados;
• Ampliar o diálogo das áreas/pró-reitorias com os câmpus e regiões para análise das realidades e demandas locais.

Balanço positivo

Para os gestores das quatro áreas, o Encontro Epea cumpriu bastante bem com os objetivos a que se propôs. Para o pró-reitor de Ensino, Adriano Larentes da Silva, o evento fui fundamental para aproximar as áreas. “Juntos percebemos que realizamos um trabalho em que existem inúmeras conexões e que temos muitas possibilidades para avançar na indissociabilidade entre as áreas”, analisa. “A principal mensagem desse evento é que todos somos trabalhadores da educação e que o nosso trabalho cotidiano impacta diretamente na vida dos estudantes e em nossa instituição como um todo.”

Na mesma linha, a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Flávia Maia Moreira, considera que a programação do evento promoveu um diálogo efetivo entre as quatro áreas e entre as gestões da Reitoria e dos câmpus. “As falas dos palestrantes sobre a questão da indissociabilidade, chamando como objetivo final do pedagógico o foco nos estudantes, no acesso, permanência e êxito, esse esforço institucional de promover essas ações em função dos estudantes, foi a mensagem principal”, sintetiza. Segundo ela, foi importante reunir os gestores de Pesquisa e Inovação dos câmpus para uma conversa mais focada na área da Inovação, com detalhamentos em torno da Política de Inovação e em recursos onde eles podem buscar informações, além de mostrar possibilidades de parcerias que podem ser estimuladas e encaminhadas.

O pró-reitor de Extensão e Relações Externas, Valter Vander de Oliveira, avalia que o encontro na semana da celebração dos 115 anos do IFSC foi uma oportunidade para fortalecer os laços entre os gestores, consolidando uma visão do papel e da importância de todos como educadores, independente do cargo ou função que exercem. “Nestes três dias, dialogamos sobre nossa identidade como instituição, as conexões entre as atividades realizadas no IFSC e o impacto tanto na formação dos nossos estudantes como na comunidade. Vale também destacar os momentos de arte e cultura que ocorreram durante a programação e serviram de exemplo dessa integração entre o ensino, a pesquisa, extensão e administração”, considera Valter.

Para o pró-reitor de Administração, Aloísio da Silva Júnior, o evento demonstrou a capacidade da instituição de atuar com humanização dentro do meio técnico e tecnológico. Ele destacou as apresentações culturais feitas por servidores, ao longo do evento, e o espírito de confraternização. “E, é claro, de muito trabalho e debates, buscando nossa atuação como uma engrenagem demonstrando que estamos todos imbuídos na oferta do ensino técnico e tecnológico público e de qualidade”, ressaltou.

Aloísio destacou também a apresentação do sistema eProad, que será lançado dia 7 de outubro e visa otimizar a eficiência dos processos administrativos, reduzir a carga de trabalho manual e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à comunidade acadêmica. Tudo isso proporcionando, também, melhores condições de trabalho para os servidores. O técnico em Tecnologia da Informação Antônio Schalata, que desenvolveu o eProad, explica que, além de promover a eficiência, o sistema tem como um dos seus principais objetivos aumentar a transparência na utilização do orçamento público, proporcionando maior rastreabilidade para processos que envolvem a gestão de compras após a licitação.

Por Ana Paula Lückman | Jornalista do IFSC