3º Fórum de Línguas do IFSC dá início à revisão da política institucional para a área

4. outubro 2024 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Matérias

A Política de Ensino, Pesquisa e Extensão para a Área de Línguas do IFSC, instituída pela Resolução 41/2018 do Conselho Superior (Consup), irá passar por um processo de revisão e deverá ter uma minuta atualizada dentro de seis meses. O trabalho será feito por grupos de trabalhos organizados durante o 3º Fórum de Línguas do IFSC, que reuniu servidores que atuam na área entre os dias 25 e 27 de setembro, na Reitoria, em Florianópolis.

Esse foi um dos principais encaminhamentos do evento, que teve palestras de convidados externos, trocas de experiências entre docentes das áreas das línguas portuguesa, inglesa, espanhola e Libras, além de discussões sobre internacionalização e formação de formadores.

De acordo com a coordenadora do Grupo de Trabalho Articulador de Línguas do IFSC, Maria Teresa Collares, a expectativa é que, após apreciação da minuta pelos docentes da área, a nova Política de Línguas esteja revisada e atualizada dentro de um ano. “Já pudemos perceber que teremos muitos avanços e maior adequação à realidade da instituição e da comunidade em que estamos inseridos”, antecipa Maria Teresa.

Além disso, a coordenadora do GT considerou importante a troca de experiências entre os câmpus. “Foi muito frutífero sabermos mais sobre o que os colegas fazem em termos de ensino, pesquisa e extensão. Somos todos professores e pesquisadores e as mesas-redondas foram muito importantes para compartilharmos experiências e conhecimento”, avalia. “E apesar da grande diversidade, pudemos também nos reconhecer enquanto grupo e fortalecer nossa identidade”.

Trocas e reflexões

O 3º Fórum de Línguas teve momentos de discussão das questões relacionadas ao ensino de línguas no IFSC, como as mesas-redondas que, na tarde do dia 25, abordaram os panoramas e desafios do ensino de Português, Libras (foto à dir.), Inglês e Espanhol.

Além disso, convidados externos proporcionaram reflexões mais amplas, como a fala do professor da UFSC Gilvan Müller de Oliveira (foto acima), que tratou da questão do multilinguismo e das políticas de línguas nas instituições de ensino. Ele destacou que as universidades usam apenas 1% das línguas do mundo, ainda com grande ênfase para o Inglês, e que, das mais de 7 mil línguas existentes, apenas 195 são reconhecidas como oficiais e pouco mais de 200 estão representadas nas mídias digitais.

Nesse cenário, o multilinguismo pode ser visto como um recurso compartilhado que é foco da Cátedra Unesco em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo, da qual Oliveira é o coordenador. “A Cátedra pretende que ninguém fique para trás em termos linguísticos e que as línguas possam ser entendidas como direitos e como recursos das suas comunidades linguísticas”, ressaltou o professor.

No encerramento do evento, a linguista e influenciadora Jana Viscardi propôs reflexões sobre gênero e linguagem, escrita feminista, linguagem não binária e língua como política e instrumento de poder. “As formas que subvertem a lógica hegemônica normativa sempre causam incômodo. O apego à norma é falho, mentiroso, porque ele só é usado quando convém”, enfatizou.