Estudantes do IFSC participam do programa Ciência sem Fronteiras

9. agosto 2012 | Escrito por | Categoria: Câmpus Chapecó, Câmpus Florianópolis, Câmpus Joinville, Matérias

Pela primeira vez, o IFSC enviará estudantes para o exterior pelo programa Ciência sem Fronteiras do Governo Federal. Um grupo de 18 alunos dos campi Florianópolis, Joinville e Chapecó embarca até o início de setembro para um ano de estudos em países como Austrália, Canadá, Alemanha, Coréia do Sul, Itália, Espanha e Holanda. Os estudantes vão poder aperfeiçoar um segundo idioma e cursar disciplinas nas áreas de seus cursos.

Esse é o maior número de alunos do IFSC que partem para uma temporada de estudos fora do País. O coordenador de Assuntos Internacionais do IFSC, Jair Líbero Cadorin, destaca que, além dos 18 estudantes que conseguiram as bolsas, houve uma procura de cerca de 70 inscritos. “Isso demonstra o interesse cada vez maior dos nossos alunos em terem a oportunidade de estudar no exterior”, afirma.

No entanto, Jair alerta que a procura só não foi maior porque a proficiência em um segundo idioma ainda é uma dificuldade para os estudantes. “Por isso, já estamos estudando a possibilidade de oferecer cursos de proficiência para nossos alunos para que eles tenham mais chance de competir e participar de programas desse tipo”, conta.

Planejamento é importante

Para não perder oportunidades quando tivesse chance, a aluna do sétimo módulo do curso superior de tecnologia em Design de Produto do Campus Florianópolis, Helena Bello, buscou sempre aprender bem o inglês e decidiu que era a hora de tentar um intercâmbio. Para isso, a estudante veio se preparando com o apoio da Coordenadoria de Assuntos Internacionais do IFSC. “Quando eu procurava essas oportunidades, o programa do Ciência sem Fronteiras foi lançado. Nos preparamos para ele, realizando toda a papelada, o teste de idioma e as traduções no tempo certo”, conta.

A ansiedade por ser chamada para o programa era tanta que quando soube que tinha sido aprovada no meio da madrugada, Helena ignorou o horário para espalhar a notícia. “Acordei com o celular vibrando pelo email e acordei a família inteira para mostrar o email de aprovação”, conta a estudante que vai estudar na Yonsei University, na cidade de Seul, capital da Coréia do Sul.

Helena está na expectativa por estudar Planejamento Urbano. “Espero poder casar com o design de produto na área de crescimento tecnológico”, afirma. Aprender a falar coreano e conhecer a cultura asiática também estão entre os objetivos da jovem de 23 anos. “Quero estudar muito, conhecer muitas coisas e pessoas e se possível viajar um pouco pela região”, planeja.

Ciência sem Fronteiras X Propicie

Dos 18 estudantes que foram selecionados, 6 entraram na cota que o IFSC tinha para o programa e 12 concorreram nas chamadas nacionais. Com o lançamento do Ciência sem Fronteiras, o Programa de Cooperação Internacional para estudantes do IFSC (Propicie) acabou sendo interrompido e agregado dentro do programa nacional. A diferença é que, no Propicie, os alunos faziam seus projetos de conclusão de curso nas instituições estrangeiras. Agora, os estudantes vão cursar disciplinas curriculares que poderão ser validadas posteriormente no IFSC, além de também poderem atuar em projetos de pesquisa e terem aulas de um segundo idioma.

Mas o coordenador de Assuntos Internacionais do IFSC explica que o Instituto está avaliando essa experiência do Ciência sem Fronteiras e que o Propicie não foi encerrado definitivamente. “Se sentirmos que o programa nacional não atende os estudantes na proposta que o Propicie tinha, podemos voltar a trabalhar também como nosso programa interno”, adianta.

Oportunidade

Os estudantes selecionados para o programa Ciência sem Fronteiras têm suas viagens financiadas pelo Governo Federal. Os alunos ganham as passagens aéreas, um seguro saúde, auxílios para instalação e compra de material e uma bolsa de cerca de U$ 870 ou € 870 de acordo com o país de destino.

A aluna Tatiana Bertoldi, do curso superior de tecnologia em Gestão Hospitalar do Campus Joinville sempre sonhou em participar de um intercâmbio. “Quando surgiu esta oportunidade, não pude deixar passar”, conta. Aos 32 anos, a estudante sempre acreditou que seria selecionada. “A forma que recebi a notícia foi um pouco diferente, pois o email que foi enviado para os selecionados entrou direto na caixa de spam e só pude perceber isso no dia seguinte após receber a ligação do professor Jair”, relata.

Tatiana irá estudar na cidade de London no Canadá na Fanshawe College of Applied Arts and Technology. E as expectativas são as melhores possíveis. “Será uma grande oportunidade para amadurecimento profissional e pessoal sem contar o enriquecimento cultural”, ressalta.

A vontade de conhecer países diferentes e a oportunidade de estudar em uma universidade com anos de história motivaram o estudante Douglas Eduardo Zilio, do curso de Engenharia de Controle e Automação do Campus Chapecó, a se inscrever no Ciência sem Fronteiras. “Realmente, não tinha nem ideia de que seria chamado. Fiz a inscrição na ultima noite permitida e quando vi que foram mais de 14 mil inscritos imaginei que não teria chance”, conta. Quando a notícia chegou, Douglas teve uma surpresa. “Posso dizer que foi felicidade misturada com preocupação, pois nem passaporte eu tinha ainda e eu sabia que seria uma corrida contra o tempo para poder viajar na data prevista”, relata.

Mesmo na correria, deu tudo certo e Douglas deve embarcar até início de setembro para a cidade de Terassa, na Espanha, onde vai estudar na Universitat Politecnica Catalunya. Com 18 anos, essa será a primeira viagem ao exterior do jovem. “Espero poder aproveitar tudo que a universidade tenha a me oferecer, principalmente no que diz respeito a novidades tecnológicas e aplicações, além de aprender sobre a cultura e o cotidiano da Europa”, destaca.

Chance dupla

Quatro estudantes do IFSC gostaram tanto de fazer intercâmbio que agora terão a oportunidade de ter uma segunda experiência de estudo no exterior. Esse é o caso da aluna do curso superior de tecnologia em Mecatrônica Industrial do Campus Florianópolis, Isabela Paredes. “Depois que fui para Áustria, voltei para o Brasil e nem pensava em fazer outro intercâmbio. Mas vendo que apareceu a oportunidade, logo me inscrevi, pois queria mesmo ter outra experiência fora do país, melhorar todas as minhas habilidades, tanto acadêmicas como profissionais e pessoais, e quando você faz isso fora do seu país você cresce muito”, conta.

Isabela irá morar na cidade de Waterloo, em Canadá, e vai estudar na University of Waterloo. As expectativas da jovem de 20 anos estão a mil, mesmo já tendo tido uma experiência de intercâmbio antes na Áustria pelo Propicie. “Agora o desafio é totalmente diferente, curso de idiomas, matérias da graduação e estágio, muitas novidades desta vez”, relata.

Com a vivência de quem já fez um intercâmbio, Isabela ressalta que a experiência internacional traz muitos benefícios. “Benefícios pessoais estão mais relacionados à organização da minha vida, as minhas responsabilidades e à capacidade de se virar e, academicamente, acho que o inglês é uma das diferenças mais gritantes, pois o meu nível aumentou muito”, diz.

Estudantes selecionados

Confira abaixo a lista de estudantes do IFSC que foram selecionados para o Ciência sem Fronteiras:

Alexandre Borsatto Baldissera (Design de Produto – Campus Florianópolis)
New Brunswick College of Craft and Design – Canadá

André Dzis Giacomini (Sistemas Eletrônicos – Florianópolis)
Australian National University – Austrália

Bruna Bertachini Arsati (Design de Produto – Campus Florianópolis)
New Brunswick College of Craft and Design – Canadá

Letícia Pinto Jorge (Design de Produto – Campus Florianópolis)
New Brunswick College of Craft and Design – Canadá

Lucas de Souza Marcondes (Design de Produto – Campus Florianópolis)
Fanshawe College of Applied Arts and Technology

Tatiana Bertoldi (Gestão Hospitalar – Campus Joinville)
Fanshawe College of Applied Arts and Technology

Marina Pereira Ricardo (Design de Produto – Campus Florianópolis)
Georgian College – Canadá

Bruno Abdias Campos (Mecatrônica Industrial – Campus Florianópolis)
University of Waterloo – Canadá

Isabela Paredes (mecatrônica Industrial – Campus Florianópolis)
University of Waterloo – Canadá

André Junckes da Silva Mattos (Design de Produto – Campus Florianópolis)
Kwantlen Polytechnic University – Canadá

Sidinei Gesser (Sistemas Eletrônicos – Campus Florianópolis)
Deggendorf University of Applied Sciences – Alemanha

Ramon Martins (Design de Produto – Campus Florianópolis)
Universitat de Barcelona – Espanha

Helena Bello (Design de Produto – Campus Florianópolis)
Yonsei University – Coréia do Sul

Rodrigo Belisário Ramos (Sistemas Eletrônicos – Campus Florianópolis)
Università degli Studi di Firenze – Itália

Ramon Petkov (Mecatrônica Industrial – Campus Florianópolis)
University of Applied Sciences Schmalkalden – Alemanha

Vitor Farias de Borba (Mecatrônica Industrial – Campus Florianópolis)
University of Applied Sciences Schmalkalden – Alemanha

Douglas Eduardo Zilio (Engenharia de Controle e Automação – Campus Chapecó)
Universitat Politecnica Catalunya – Espanha

Pedro Henrique Horner Brucznitski (Design de Produto – Campus Florianópolis)
Royal Academy of Art The Hague – Holanda

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