Comissão do Plano Diretor do Câmpus Florianópolis analisará novas sugestões

28. novembro 2013 | Escrito por | Categoria: Câmpus Florianópolis, Matérias

A comissão que está elaborando o Plano Diretor do Câmpus Florianópolis analisará as novas sugestões feitas pela comunidade acadêmica feitas durante a segunda audiência pública sobre o tema, realizada no último sábado (23), no auditório do Câmpus. “O alto nível do debate desta audiência só contribuiu e engrandeceu o nosso trabalho”, afirmou, ao final, o arquiteto Edson Luiz Boldo, integrante da comissão.

audiencia_fpolisUm dos principais pontos da audiência foi esclarecer uma dúvida da primeira reunião, realizada em junho, sobre uma possível mudança de local, no futuro. “A comissão analisou os prós e os contras e concluiu que não é válido para o Câmpus e para seu público a alteração de endereço”, explicou a também arquiteta Anelise Macari. Segundo a análise, o Câmpus tem uma histórica relação com o centro da cidade e é a única instituição pública de ensino superior no Centro. A área tem boa acessibilidade urbana, pois está próxima dos terminais do Centro (Ticen), Cidade de Florianópolis e do Terminal Rita Maria, que traz alunos de cidades da Grande Florianópolis, como Garopaba, em trajetos de no máximo três quilômetros, que podem ser feitos a pé. Além disso, foi constatado que entre 22,5% e 25% dos alunos são da região central da Ilha. Outro ponto a favor da permanência é a possibilidade real de o câmpus anexar um terreno ao lado da área atual, que pertence à União, mas está emprestada ao governo estadual. “O pedido já foi caminhado e estamos aguardando a resposta. Há interesse do governo catarinense em devolver à área”, disse o diretor-geral do Câmpus Florianópolis, Maurício Gariba Júnior.

Uma das preocupações apresentadas pelo público presente foi em relação às áreas esportivas. Pelo projeto apresentado (clique aqui para conferir), os locais para a prática de esportes pareciam reduzidos. “Nós estamos vendo exemplos de áreas verticalizadas, como a do Sesc Pompeia”, explicou Anelise. “O campo de futebol também não está descartado, nós veremos com os departamentos envolvidos se é possível manter, fazer um passeio que permita o fluxo entre as áreas, sem retirar o campo dali”, dise a arquiteta. “O projeto não está 100% fechado e é justamente por isso que precisamos dessa interação com os professores, com os técnicos-administrativos, porque são eles, como se diz informalmente por aí, que carregam o piano todos os dias”, completou Gariba.

“Esse momento é um marco, pois estamos criando uma condição de continuidade. Temos a sazonalidade no ambiente do governo federal, temos a sazonalidade das direções, mas esse plano é algo que não pertence a essa gestão, é uma contribuição para todas as gestões”, ressaltou o diretor de Administração, Aloísio Silva Júnior. Sobre as áreas de usos marcada no mapa, que também geraram dúvida por causa da ausência aparente de áreas verdes, o engenheiro Rolando Nunes Córdova lembrou que as áreas marcadas no projeto estão classificadas quanto ao uso, e não significam que tudo será edificado. “Há previsão de uso de áreas verdes e passeios na ligação entre um prédio e outro, por exemplo”, esclareceu Anelise.

Também foram feitas sugestões relativas a espaços para representações estudantis, áreas de carga e descarga de grandes equipamentos e materiais para os departamentos e laboratórios e sobre o contorno viário. Todas elas serão analisadas pela comissão. “O nosso trabalho é interpretar essas sugestões de forma técnica, e incorporá-las – se possível – ao Plano Diretor”, afirmou Anelise.

A reitora Maria Clara Schneider também esteve presente e ressaltou a contribuição do Câmpus por sua forma democrática de abordar o Plano. “É um modelo para todo o Instituto Federal. Queremos que o IFSC se aproprie desse processo para que o Instituto tenha seu plano diretor e depois os câmpus trabalhem com a sua realidade”, disse.

Ao encerrar a audiência, Gariba agradeceu a presença de todos e, em especial, o esforço dos envolvidos no projeto. “Precisamos agradecer o trabalho incansável dessa comissão e das pessoas que contribuíram para esse projeto. O IFSC é uma instituição diferenciada que atinge os mais variados públicos. Esse trabalho não termina aqui, ao contrário, tem mais trabalho pela frente”, finalizou o diretor-geral.

O que é o Plano Diretor do Câmpus?

Assim como ocorre nos municípios, o Plano Diretor do Câmpus Florianópolis será um instrumento estratégico para orientar o uso e ocupação do solo na área do câmpus, que ocupa um total de 49.480m² na avenida Mauro Ramos, centro de Florianópolis. O documento vai definir as diretrizes que nortearão o crescimento da estrutura física do câmpus, garantindo que o espaço físico permita o cumprimento das funções principais da instituição de desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão. Entre os aspectos a contemplar nesse planejamento estão, por exemplo, a garantia da mobilidade, acessibilidade e segurança, o desenvolvimento de projetos de sustentabilidade e a racionalização do uso da infraestrutura instalada, evitando sua sobrecarga e ociosidade.

A base para a elaboração da minuta apresentada em junho foi a consulta feita em 2012 a todos os departamentos acadêmicos, a respeito das necessidades futuras de espaço físico em função do crescimento no número de cursos e alunos. O resultado indicou que a área construída do câmpus precisaria acrescentar cerca de 22 mil m² aos atuais 25 mil m² em funcionamento, até o ano de 2032 – ou seja, seria necessário praticamente dobrar a área construída.

O zoneamento proposto no projeto prevê a divisão do câmpus em quatro setores: Área de Ensino (AE), Área Administrativa (AA), Área Comunitária (AC) e Área Verde (AV). Uma das diretrizes é restringir a circulação comum entre as funções de ensino, administrativa e comunitária, organizando melhor os setores em espaços destinados a cada uma dessas características. A ideia é que as atividades administrativas sejam instaladas nos locais mais próximos à avenida Mauro Ramos, enquanto as áreas de ensino e de convivência fiquem resguardados dos ruídos da avenida, mais no interior do terreno. A priorização de áreas de convívio e lazer sobre áreas de circulação de veículos é outro objetivo, além da modificação, já em estudo, do sistema de circulação de veículos no câmpus.

Confira aqui a Minuta do projeto do Plano Diretor do Câmpus Florianópolis.

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