O interesse e a dedicação a cálculos, fórmulas e números está levando a aluna do curso integrado em Eletrotécnica do Câmpus Joinville, Gabriella Radke Chaves, 16 anos, a viajar pelo mundo.

Em 2013 ela foi selecionada para fazer um curso na Alemanha e agora arruma as malas para embarcar para os Estados Unidos, onde vai participar do National Youth Science Camp (NYSC), uma escola de verão que acontece na cidade de Charleston, capital do estado de West Virginia, de 27 de junho a 20 de julho deste ano.

Gabriella foi medalhista de ouro na 9ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) em 2013, conquistando a 34ª melhor nota entre os estudantes do Ensino Médio de todo país que realizaram a prova.

Após a Olimpíada, Gabriella passou a pesquisar outras oportunidades. A participação do curso na Alemanha aconteceu a partir de uma pesquisa no Google. Quando ficou sabendo do evento, fez a inscrição e obteve cartas de recomendação junto aos professores. Já a oportunidade de participar do NYSC partiu do convite de organizadores da OBMEP durante um curso do qual a aluna participou no Instituto de Matemática Pura e Aplicada em 2013, no Rio de Janeiro.

A última etapa de seleção foi uma entrevista por telefone com um representante da embaixada dos Estados Unidos, em inglês. Duas semanas depois, veio a confirmação. Gabriella e um estudante do Instituto Federal do Rio de Janeiro serão os únicos representantes do Brasil no evento. Além de estudar Matemática, eles participarão de atividades voltadas a várias ciências, como genética, medicina e engenharia, e farão visitas a diversas cidades e instituições americanas. Todas as despesas serão pagas pelo governo dos Estados Unidos.

Para Gabriella, essas experiências têm contribuído não somente para a sua formação acadêmica, mas também para a experiência de vida. Ela viajou sozinha para a Alemanha, conheceu pessoas de vários países e aprimorou a fluência na Língua Inglesa. Foi, incluvise, durante as duas semanas de estudos de Matemática na Alemanha que a estudante tomou uma decisão: “antes eu queria fazer um curso de engenharia. Depois que voltei da Alemanha, decidi que vou fazer faculdade de Matemática, pura ou aplicada. É uma carreira muito promissora”.

O professor de Matemática Paulo Amaro dos Santos conta que, quando chegou no Câmpus Joinville em 2011, começou a motivar os alunos a participarem das Olimpíadas de Matemática, a partir da experiência de cinco anos que teve no Colégio Militar de Curitiba, Paraná. Ele percebeu, no entanto, que nem todos os alunos se interessavam, pelo simples fato de grande parte não gostar da disciplina. Ao mesmo tempo, conta que o Câmpus Joinville já revelou vários destaques, além de Gabriella. “Para nós, professores, vermos o resultado desses alunos, nos dá mais motivação”, afirma.

Segundo o professor, eventos como as Olimpíadas de Matemática e cursos em outros estados ou até mesmo fora do Brasil abrem portas para o futuro acadêmico dos alunos, além da grande experiência de vida. Por exemplo, os medalhistas da OBEMEP poderão cursar o mestrado em paralelo com a graduação.

A participação do professor em despertar o interesse dos alunos é decisiva, segundo Gabriella. A aluna conta que começou a gostar de Matemática a partir de uma professora ainda na quarta série do Ensino Fundamental. Também destaca o apoio recebido dos professores do IFSC e ressalta que a qualidade do ensino não está somente nas aulas de Matemática, mas em todas as disciplinas. Tanto que já realizou duas provas do Enem e teve boas notas em todos os conteúdos.