Parceria entre IFSC e UFSC vai levar astronomia às escolas municipais de Florianópolis

3. abril 2014 | Escrito por | Categoria: Câmpus Florianópolis, Matérias

O Núcleo de Estudos e Observação Astronômica José Brazilício de Souza (Neoa), vinculado à Assessoria de Física do Câmpus Florianópolis, participará como parceiro da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em um projeto de extensão que vai fomentar a curiosidade e o interesse em relação à Astronomia em estudantes de 5ª a 9ª séries da rede pública de ensino de Florianópolis.

O projeto “A astronomia e a física vão à escola e à comunidade” teve início em 2012 e será executado também em articulação direta com o Planetário e o Observatório da UFSC, os grupos amadores Grupo de Estudo de Astronomia (GEA/UFSC) e Neoa (IFSC) e da Oficina do Aprendiz.

A primeira ação será a formação de mediadores que irão coordenar, na segunda etapa, as exposições de instrumentos de observação astronômicas – como a esfera armilar, astrolábio, calendários antigos, entre outros – nas escolas. “O mais importante do projeto é que, após essas exposições, o material continuará na escola, desde que haja o comprometimento dos professores de Geografia e de Ciências em usar os instrumentos de forma didática”, explica o professor de Física Marcos Neves, do Câmpus Florianópolis.

Por isso, além da preparação dos mediadores (que serão escolhidos entre alunos das instituições participantes), haverá também a capacitação dos professores das escolas municipais, para que saibam usar todo o material oferecido como ferramentas didáticas nas aulas de Ciências e Geografia. Outra ação será o incentivo à criação de Núcleos de Astronomias nos bairros, com a participação dos pais dos alunos, para que cada escola possa criar um observatório ao ar livre que permita acompanhar o movimento dos astros. “Com instrumentos fixos será possível acompanhar solstícios e equinócios, e também dá para pensar num relógio solar”, exemplifica Neves.

“O ensino de Astronomia é importante porque as crianças passam a ter não só noção de espaço – norte, sul, leste oeste, mas também de escalas que fogem à escala humana. Quando se começa a ter contato com a astronomia, a noção do quão pequenos somos, a ampliação do conceito espaço/tempo, influencia diretamente na formação da noção de cidadania. Normalmente, passa-se a ter uma nova relação com o mundo, com o meio ambiente”, explica o professor.

“Outro ponto importante é que as cidades, hoje, afastam-nos do céu. Esse projeto vai ajudar os alunos a questionar um pouco isso, a discutir a iluminação, pois a antropologia nos mostra que a relação do homem com o céu sempre foi importante nas sociedades”, conta Marcos Neves. Existe até uma Associação Internacional para o Céu Escuro que oferecer selos para cidades que respeitam essa relação. Além disso, existe a possibilidade do ensino interdisciplinar, pois como a Astronomia quase sempre é motivo de interesse, é possível usá-la para ensinar física, biologia, química, por exemplo.

Segundo o professor, a escolha das escolas que receberão o projeto (10 no total) já está acontecendo, via processo interno da Prefeitura. A expectativa é que a primeira exposição escolar seja realizada até o final de abril.

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