Evento reúne pesquisadores, autoridades e sociedade civil para debater os 10 anos da passagem do furacão Catarina

11. novembro 2014 | Escrito por | Categoria: Câmpus Araranguá, Eventos, Matérias

encontro sobre fenomenos e adversidadesEm março de 2004, a região Sul do Estado foi fortemente afetada pelo furacão Catarina, o primeiro registrado no Atlântico Sul. Com ventos de mais de 180 km/h, quatorze municípios tiveram que decretar estado de calamidade pública, entre eles Araranguá. Dez anos após o desastre, pesquisadores de todo o país, autoridades e moradores da região Sul do Estado estiveram reunidos para debater medidas que possam tentar reduzir os danos causados por efeitos climáticos. Eles participaram do terceiro Encontro sobre Fenômenos, Adversidades e Mudanças Climáticas da Região Sul, realizado nos dias 6 e 7 em Araranguá. “O evento é muito importante para que as pessoas conheçam melhor esses fenômenos e saibam como agir em caso de novos desastres. Nós trouxemos muitas escolas para o Encontro, porque queremos que eles nos ajudem a disseminar essas informações”, explica o professor do Câmpus Araranguá do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) Maurício Dalpiaz, que é também um dos organizadores do evento.

Tadêu Santos, da ong Sócios da Natureza, lembrou que se um novo fenômeno como esse vier a acontecer, os estragos seriam tão grandes quanto há dez anos. “Nós estamos tentando mostrar para a população e para o poder público que esse é um assunto muito sério. Nós ainda temos muito que avançar”.

Durante a conferência de abertura, o professor do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Daniel José da Silva falou da importância do trabalho que vem sendo realizado por ongs como a Sócios da Natureza e pelo projeto Tecnologias Sociais para a Gestão das Águas (TSGA) que atuam diretamente na promoção de medidas de prevenção a desastres. “As mudanças climáticas nos levam a pensar no futuro. Nós podemos aprender com a experiência do passado para melhorar a nossa noção de futuro”.

encontro sobre fenomenos e adversidades 2 (1)A professora do curso técnico em Meteorologia do Câmpus Florianópolis do IFSC Márcia Fuentes falou sobre a dificuldade em se prever determinados fenômenos. “As previsões dependem de uma série de fatores. Os meteorologistas conseguem prever melhor em alguns períodos do ano como no verão e no inverno do que na primavera e no outono. Os sistemas de pequena escala são os que causam maior risco e são também os mais difíceis de prever”.

A pesquisadora também chamou a atenção para o fato de que precisamos trabalhar para promover a educação para a cultura do risco climático. “Todos perdem quando não se leva a sério uma previsão do tempo. O que costuma ocorrer é que as previsões veiculadas na TV, muitas vezes, são muito curtas e por isso, são falhas. Não há tempo suficiente para detalhar as informações. Se os meteorologistas tivessem mais tempo, os diagnósticos seriam melhores. Eu avalio que a melhor previsão é feita pelo meteorologista que atua diretamente na região estudada. É ele quem conseguirá reunir as melhores informações sobre os fenômenos”.

Tags:

Os comenários não estão permitidos.