Projeto Educação no Campo teve apoio do Câmpus Lages

12. dezembro 2014 | Escrito por | Categoria: Câmpus Lages, Matérias

projeto-lagesNa terça-feira (02) aconteceu o encerramento do projeto Educação no Campo: novas práticas, de promoção do Centro Vianei de Educação popular. O Câmpus Lages do IFSC foi um dos apoiadores do projeto, por meio da agrônoma e docente da instituição Luciane Costa.

A professora ministrou a oficina Educação Ambiental para professores da rede pública da Serra Catarinense que atuam em escolas rurais. O evento fez parte do 7º Encontro de Capacitação de Professores, atividade que fez parte do projeto já que um dos objetivos dele é a capacitação de professores e educadores do campo (506 na região), e também de gestores dos municípios.

“É uma grande oportunidade para o IFSC participar de projetos com essa grandeza de objetivos. Temos os cursos de agroecologia e agronegócio que buscam aprender a gerar soluções para os desafios que o desenvolvimento rural enfrenta. O tema da educação é fundamental para gerar toda a mudança necessária e ter maior qualidade de vida no campo, com pessoas capacitadas e felizes por estarem lá. Se isso acontecer, diminuiremos o êxodo rural e aumentaremos a satisfação das pessoas em viver no local que nasceram, que possui a identidade e a cultura de cada um”, diz Luciane.

projeto-lages2A docente trabalhou o tema Solos, como principal recurso natural. Foi realizada uma oficina chamada “Cores da Terra”, onde os professores apenderam a técnica de confeccionar tintas a base de solo. Segundo Luciane, o objetivo era mostramos aos professores as várias possibilidades de construir nas escolas o gosto pela experimentação, ou seja, que os alunos possam aprender conceitos de ciências, difíceis e abstratos, de maneira simples e com baixo investimento financeiro. “A capacitação foi um sucesso e uma experiência enriquecedora profissionalmente para mim”, orgulha-se.

“Além da capacitação, o projeto visa desenvolver material didático, tanto para o professor quanto para o aluno, e fomentar a pesquisa sobre o trabalho da educação no campo na nossa região”, explica Iáscara Varela, coordenadora do projeto.

O IFSC foi o responsável pela terceira etapa do projeto, onde foi trabalhado o módulo Educação Ambiental. A participação da instituição se deu por meio de palestrantes e professores. NA atividade foi trabalhado em quatro núcleos diferentes do projeto, nos municípios de Bocaina do Sul, Campo Belo do Sul, Lages e São Joaquim.

Iáscara destaca ainda que “as escolas do campo, com exceções, tem somente o ensino fundamental. E muitas deles são multisseriadas com um único professor lecionando todas as disciplinas. A região da Amures (Associação dos Municípios da Região Serrana), com exceção de Lages, todos os outros municípios são eminentemente rurais, mais de 50% da população vive no campo. Esse projeto pretende fazer com que se abram escolas no campo e que se mantenham as crianças no campo, pois além do desgaste que há de locomoção há a descontextualização do aluno com o espaço em que vive”.

Segundo a coordenadora, o projeto já criou um movimento político na educação do campo. Ela reforça que é preciso pensar uma escola diferente daquela concepção de escola rural. É pensar que escola do campo tem uma característica específica, ela é diferente da escola urbana, portanto os conteúdos devem contemplar uma outra realidade que não a urbana.

projeto-lages3“Isso é uma briga histórica dentro do movimento da educação. E mais do que isso, pensar uma escola que seja do campo e no campo. Por que em Santa Catarina, mais especificamente a partir da década de oitenta, houve um movimento de nucleação das escolas, então muitos municípios fecharam as escolas, que naquele período eram chamadas de escolas isoladas, e as nuclearizaram em escolas maiores, às vezes em áreas urbanas ou periferias. Não fazendo a separação do aluno do campo com o aluno da ‘cidade’. Isso gerava um tempo muito grande de transporte, temos escolas que ficam a 50, 60 quilômetros da residência do aluno, em estradas de chão, condições precárias”, finaliza.

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