Professor do Câmpus Florianópolis lança livro sobre Rock dos Anos 80 em Santa Catarina

14. outubro 2015 | Escrito por | Categoria: Câmpus Florianópolis, Matérias

Capa_Crime_Frente_2O professor Rodrigo Mota, docente de História do Câmpus Florianópolis, lançará nesta sexta, dia 16, às 19h30min, o livro Crime Perfeitcho: Rock Anos 1980 Mundo 48. O evento será no Caffé Cult, anexo à Escola de Música Rafael Bastos na rua Dom Jaime Câmara 202.

O livro é uma adaptação da dissertação do professor no Mestrado em História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Formado na UDESC também em História, Mota sempre foi apaixonado por música. “Aprendi a tocar guitarra com 14 anos, mas como um hobby sem pretensões de formar banda. Quando aprendi baixo acabei participando de uma, mas sempre como algo para espairecer – e estudar. Como um futebol de final de semana”, explica o historiador. Tanto que a atual banda, Because, apresentou-se apenas no Didascálico – Mostra de Arte e Cultura do IFSC.

“Durante a graduação, eu estava em um projeto de pesquisa que não tinha relação nenhuma com a música e acabei usando esse projeto para o trabalho de conclusão de curso. No mestrado, quis resgatar essa ideia, que sempre levei comigo. Sempre gostei do rock dos Anos 80 e, como historiador, percebia que faltava informação”, lembra. O livro relembra um tempo em que grupos catarinenses lotavam estádios e eram tratados como atração principal, não apenas abrindo show nacionais.

Para definir a pesquisa, já que eram muitas bandas, Mota focou naquelas que tinham gravado discos ou figuraram entre as mais pedidas nas rádios no período analisado. O material utilizado foram as músicas e os jornais impressos da época. Entre as bandas citadas estão a Expresso Rural/Expresso, Ratones/Tubarão, Decalco Mania, Burn e Bandalheia (que virou Stryx), assim como discos coletivos como o Projeto Ilha I, Projeto Ilha II e o antológico Crime Perfeito, que batiza o livro. Além do texto adaptado da dissertação do mestrado, os leitores têm acesso também a muitas fotos e um CD com as principais canções citadas por Mota na pesquisa.

O Mundo 48 faz referência ao prefixo telefônico da Grande Florianópolis e região sul de Santa Catarina.”O meu foco era o rock e, ao ouvir as músicas para selecionar as bandas para o livro, fui percebendo que a maior parte das que eu escolhia tinha em comum o DDD 48”.

Dentro do Câmpus Florianópolis, Mota coordena o projeto de pesquisa “Rock de 48”, ligado ao Laboratório de Imagens e Oralidade Franklin Cascaes. “Pesquisamos sobre o rock na Grande Florianópolis, catalogando e analisando músicas e bandas. É importante para o aluno saber ter esse olhar histórico, entender que música também é história, que História não é apenas ‘fato’”, conta o professor, lembrando que essa visão também tem crescido nas universidades, com criações de núcleo de estudos sobre Rock na Udesc, por exemplo, e uma visão mais interdisciplinar nas faculdades de História.

Para o professor, o cenário musical catarinense continua rico, tanto em quantidade quanto em qualidade. “A diferença é que hoje é muito mais efêmero. O acesso é muito mais fácil, mas o material acaba sendo mais descartável também. Naquela época, você comprava um vinil e só tinha ele e tinha que ouvi-lo até lançarem o próximo. Ou gravava uma fitinha cassete e ela ficava rodando meses no som. Hoje, o acesso é mais fácil e as opções variam todos os dias”, exemplifica Mota. Outra diferença é que nos Anos 80 havia uma valorização muito grande da juventude e as referências eram mais externas. “A partir dos Anos 90, as referências passaram as ser muito mais locais”, conta o historiador.

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