Professores de línguas cobram valorização do Espanhol nos currículos

14. dezembro 2022 | Escrito por | Categoria: Matérias

O Grupo de Trabalho de Reestruturação da Política de Línguas do IFSC encaminhou ao Colegiado de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) uma carta na qual defende o resgate e valorização da língua espanhola nos currículos da instituição. O GT, constituído pela Portaria 606 de 9 de março de 2022, é formado por 23 docentes de línguas estrangeiras, com representações de todos os câmpus. O documento também foi apresentado na reunião de gestão realizada em 5 de dezembro.

De acordo com a coordenadora do grupo de trabalho, Maria Teresa Collares, o objetivo do GT é fortalecer a área das línguas e revisar o documento da Política de Línguas do IFSC, aprovada em 2018. Mas também foi prioridade o mapeamento da situação atual das línguas na instituição. Nessa abordagem, observou-se um problema em relação ao Espanhol. “Evidenciou-se a urgência maior de uma ação em relação à língua espanhola, cuja oferta estava sendo reduzida paulatinamente em nossa instituição”, destaca a professora.

O professor Diogo Moreno Pereira Carvalho, integrante do GT, ressalta que, embora o documento apresentado destaque a necessidade de maior valorização do Espanhol, por extensão entende-se a reivindicação para outras línguas além do Inglês. “Nas considerações da carta, estão elencados os porquês de se falar do Espanhol neste momento. É a língua que está sendo desvalorizada institucionalmente em detrimento de outras”, afirma. Segundo Diogo, há uma proposta de projeto pedagógico de curso técnico integrado que chegará ao Cepe com a diminuição da carga horária de Inglês, para que o Espanhol esteja como disciplina obrigatória.

Maria Teresa explica que a ideia da Carta em Defesa da Oferta da Língua Espanhola no IFSC é apresentar argumentos para a valorização dessa língua nos currículos para subsidiar tomadas de decisão em relação não só ao Espanhol, mas às demais línguas estrangeiras. Segundo ela, o mapeamento da situação de todas as línguas no IFSC deve ser concluído no início de 2023.

Na carta, o grupo enumera quatro solicitações: “I) que seja garantida a manutenção da Língua Espanhola na matriz curricular dos cursos Técnicos Integrados do IFSC, seja pela oferta obrigatória ou pela manutenção nos cursos nos quais há a oferta dessa língua; II) que não haja redução de carga horária da disciplina de Língua Espanhola em benefício de outras disciplinas; III) os professores de Língua Espanhola tenham um tratamento mais igualitário quanto às ofertas de parceria, mobilidade, internacionalização e de integração didático-pedagógica com as demais UC como já acontece com outras Línguas; IV) os professores de Língua Espanhola e demais línguas tenham respeitadas suas formações e atuações no concurso que os aprovaram para lecionar no IFSC”.

O documento ressalta ainda que o Espanhol é a língua oficial em 22 países e a língua materna de cerca de 490 milhões de pessoas, o que a torna a segunda maior do mundo em número de falantes.

O pró-reitor de Ensino, Adriano Larentes da Silva, afirma que a reivindicação do GT é legítima. “Desde o início da gestão apoiamos o fortalecimento desse coletivo. A partir da implantação da reforma do ensino médio, estamos acompanhando com preocupação o espaço de diferentes áreas no currículo. Nossa defesa é de um currículo com espaço para todas as áreas e componentes curriculares, incluindo o espanhol, a filosofia, a sociologia, as artes e outros”, observa.

Adriano salienta também que a criação da coordenadoria de Ensino Técnico Integrado, aprovada pelo Conselho Superior (Consup) no último dia 12, é uma das ações que vão buscar esse currículo pleno. Ele destaca ainda a publicação de orientações para os câmpus, a realização do Encontro Estadual do Ensino Médio Integrado e a implantação de um grupo de trabalho que está construindo as diretrizes para esses cursos, onde atuam especialmente as professoras e professores de Espanhol. “Em síntese, entendemos que o Espanhol e o ensino de línguas é parte fundamental da formação integral dos nossos estudantes”, finaliza.

Conheça a Carta em Defesa da Oferta da Língua Espanhola no IFSC.

Por Ana Paula Lückman | Jornalista do IFSC

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