8º Fórum de Bibliotecas do IFSC debateu questões raciais, práticas inclusivas e saúde mental

5. outubro 2023 | Escrito por | Categoria: Eventos

8-encontro-bibliotecasComo montar um acervo bibliográfico antirracista, tornar as bibliotecas mais acessíveis e inclusivas, além de espaços de promoção de saúde mental foram os temas abordados no 8º Fórum de Bibliotecas do IFSC, realizado dias 3 e 4 de outubro, no Câmpus Florianópolis. 38 servidores participaram do encontro.

A primeira atividade foi a mesa de abertura do evento, com o debate sobre “A acessibilidade informacional e as questões raciais”. Os debatedores foram Andréia Sousa da Silva, da Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB); Marcelo Silva de Jesus, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Câmpus Jaraguá do Sul – Rau e Luiz Herculano de Sousa Guilherme, do Neabi do Câmpus Gaspar, com mediação de Maria Helena Tomaz, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros Udesc. O debate tratou sobre como montar um acervo que contemple materiais antirracistas e como a biblioteca pode trabalhar esse tema de forma contínua, não somente em datas como o 20 de novembro ou 11 de maio.

A acessibilidade para pessoas com deficiência foi debatida no período da tarde, com a mesa redonda sobre “Práticas inclusivas em Unidades de Formação”, com a psicóloga do Câmpus São José Karla Garcia Luiz; a coordenadora do projeto BU Acessível da UFSC, Suélen Andrade; a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade Educacional (NAE) do Câmpus Canoinhas Crisliane Boito e o bibliotecário do Câmpus Canoinhas Alison Antonio de Souza, com mediação de Claire Cascaes de Aquino, do Câmpus Palhoça-Bilingue.

A coordenadora de Bibliotecas do IFSC, Karla Viviane Garcia Moraes, afirma que as bibliotecas do IFSC não estão preparadas para receber pessoas com deficiências. Segundo ela, o IFSC precisaria de um projeto maior, que tratasse da acessibilidade nas bibliotecas, tanto sobre o espaço físico como o material acessível. Ela observa que há boas iniciativas, mas isoladas, como o exemplo da biblioteca de Canoinhas, resultado da afinidade dos servidores com o tema, ou quando o câmpus recebe alunos com necessidades específicas.

Por exemplo, segundo Karla, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) orienta sobre o espaço mínimo entre as estantes para possibilitar a circulação de cadeiras de rodas. Porém, como o acervo vai aumentando, muitas bibliotecas acabam reduzindo esse espaço para receber mais estantes. “Daqui a pouco vamos ter bibliotecas cheias de estantes e livros, mas sem espaço para receber pessoas”, afirma a bibliotecária.

No mesmo dia, também houve uma conversa sobre “Práticas educativas de mediação no contexto das bibliotecas do IFSC quanto à promoção da saúde mental”, com a psicóloga da Pró-reitoria de Ensino, Carla Adriana da Silva. O foco foi desenvolver ações das bibliotecas para promover a saúde mental dos estudantes.

O último dia do evento contou com o compartilhamento de práticas exitosas das dos servidores da Biblioteca.

Também houve conversa sobre as normativas institucionais relacionadas às Bibliotecas do IFSC, como o Regulamento Único do Sistema de Bibliotecas, implantado recentemente e que institui a não cobrança de multas por atraso de materiais. Outra normativa importante diz respeito aos casos de não devolução, extravio, danificação, furto ou roubo de materiais bibliográficos, e que deverá sofrer ajustes.

Outro tema de debate foi a defasagem no número de servidores nas bibliotecas e a extinção do cargo de auxiliar de biblioteca, o que impacta no atendimento. “As bibliotecas do IFSC são o único setor que atende em três turnos, manhã tarde e noite, e os três públicos do IFSC, servidores, alunos e comunidade externa”, destaca Karla.

O encerramento contou com a apresentação do Coral do IFSC.

Por Carla Algeri |Jornalista do IFSC

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