Regimento do Fórum das Coordenadorias Pedagógicas do IFSC é encaminhado para apreciação do Cepe
27. setembro 2024 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: DestaquesNa semana passada, cerca de 60 servidores que atuam nas coordenadorias pedagógicas (CPs), departamentos de assuntos estudantis e setores correlatos de todos os câmpus do IFSC e também da Pró-Reitoria de Ensino participaram do 4º Encontro das Coordenadorias Pedagógicas do IFSC. Com o tema “Identidade das coordenadorias pedagógicas: singularidades, diferenças, limites e possibilidades de atuação”, o evento foi realizado nos dias 19 e 20 de setembro, na Reitoria, e teve como objetivo a formação, a consolidação e o fortalecimento da identidade das coordenadorias pedagógicas da instituição por meio da troca de experiências e socialização de conhecimentos. Entre os encaminhamentos do encontro, estão a apresentação e aprovação da minuta do Regimento do Fórum das Coordenadorias Pedagógicas.
A minuta do regimento foi elaborada por um grupo de trabalho, constituído a partir do terceiro encontro, realizado em 2023, e agora segue para apreciação do Colegiado de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). “Este documento é bastante importante para organizar este setor estratégico da nossa instituição”, destacou o pró-reitor de Ensino, Adriano Larentes. Para Adriano, o evento foi um momento importante para se pensar em temas estratégicos para o IFSC. “Vemos o quanto o trabalho das Coordenadorias Pedagógicas contribui para a formação integral dos nossos estudantes e para que nossa instituição seja forte e com uma qualidade de ensino diferenciada”, ressaltou o pró-reitor.
A partir dos debates e das trocas de experiências, os participantes identificaram necessidades que foram compiladas em uma carta final do IV Encontro das Coordenadorias Pedagógicas. Além de aprovar e constituir o Fórum das Coordenadorias Pedagógicas, os servidores querem fortalecer e reconhecer as equipes das CPs, definir uma estrutura de referência das CPs em todos os câmpus e na reitoria do IFSC, constituir um grupo de trabalho para customização do módulo pedagógico no Sigaa, estimular e destacar a importância da arte, da cultura e do esporte para a formação integral dos estudantes e para a prevenção de agravos à saúde mental, avançar institucionalmente na construção e aplicação de fluxos da política de combate ao assédio moral/sexual e demais violências, entre outras necessidades. Os encaminhamentos na íntegra podem ser conferidos aqui.
Trabalho coletivo
Para o representante do grupo de trabalho que organizou o encontro e coordenador pedagógico do Câmpus Joinville, Raphael Henrique Travia, encontrar a identidade das coordenadorias pedagógicas é mais do que definir fluxos e funções. “A essência do fazer pedagógico reside na valorização e empoderamento das equipes multiprofissionais”, destacou durante a abertura do evento. “Precisamos construir pontes de diálogos e de ação para quebrar o muro das lamentações que as limitações éticas, estéticas, políticas e orçamentárias nos impõem”, afirmou.
A necessidade de colaboração entre as Coordenadorias Pedagógicas também foi ressaltada pela diretora-executiva do IFSC Andréa Martins Andujar, que representou o reitor Mauricio Gariba Júnior. Ela destacou ainda a importância que cada um deve atribuir à diversidade e à inclusão nas práticas institucionais. “Cada estudante que passa pela nossa instituição traz uma bagagem única de experiência e saberes e precisamos estar atentos e abertos a essa singularidade, criando um ambiente em que todos se sintam valorizados e parte integrante da nossa comunidade”, disse.
Identidade pedagógica
Para instigar os participantes a refletirem sobre a identidade pedagógica, o encontro teve como palestra de abertura a professora da Universidade Federal do Parará Lidiane Fática, doutora em Educação pela USP e que teve sua tese premiada no 4º Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos da Unicamp-Instituto Vladimir Herzog. A palestrante propôs um percurso pedagógico do não-lugar ao lugar dos afetos. A partir da apresentação dos conceitos de lugar e não-lugar e da teoria dos afetos, Lidiane chamou a atenção para a forma superficial que a educação afetiva vem sendo tratada e buscou mostrar o percurso como um lugar de experiência. “Uma experiência é a possibilidade de que algo nos aconteça, nos toque e que produza em nós um sentido que vai reverberar e transformar toda a existência”, disse.
Para que a pedagogia se torne um lugar de experiência e a escola se torne um lugar, a professora destacou que é preciso valorizar a identidade coletiva e individual a partir das vivências comunitárias, dos afetos e das experiências que fazem parte do imaginário. “Existem muitos trabalhos que nos mostram que aquela comunidade por si só é um campo de conhecimento e trazer isso pra sala de aula é uma oportunidade de tornar esta escola única, com uma identidade única”, afirmou.
A palestra de abertura do encontro foi transmitida ao vivo pelo canal do IFSC no YouTube e a gravação pode ser conferida aqui.
Avaliação positiva
Este ano foi a primeira vez que a pedagoga do Câmpus Urupema Nicole Pacheco Barbieri, que ingresso no IFSC em novembro do ano passado, participou do encontro. Para ela, conhecer as propostas, discutir formas de enfrentar desafios e pensar em como aplicar isso em seu câmpus foi uma experiência muito rica. “Penso que é essencial que colegas que exercem funções próximas em diferentes câmpus possam se encontrar, discutir pautas relevantes e trocar experiências. Voltei do evento inspirada a transformar diversas práticas”, afirmou.
Por Marcela Lin | Jornalista do IFSC